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Lagos no deserto de Gobi sustentaram vida humana há 8 mil anos

Descoberta no Deserto de Gobi: Lagos e Vida Humana Há 8 Mil Anos

O Deserto de Gobi, conhecido por ser um dos ambientes mais áridos e inóspitos da Terra, guardava um segredo surpreendente. Um estudo recente publicado na revista PLOS One, conduzido por arqueólogos da Universidade de Wrocław, na Polônia, em colaboração com colegas internacionais, revelou que a região já foi palco de lagos e pântanos que sustentaram a vida humana há 8 mil anos.

A análise de sedimentos e a datação por luminescência em antigos leitos de lagos, como o Paleolake de Luulityn Toirom, mostraram que a região possuía recursos hídricos abundantes durante o Pleistoceno Superior e o Holoceno Inferior. Evidências indicam que lagos e pântanos já existiam há cerca de 140 mil anos, com condições favoráveis persistindo especialmente entre 8 mil e 5 mil anos atrás.

Algumas das principais descobertas incluem:

  • Caçadores-coletores produziam ferramentas, caçavam animais e utilizavam recursos vegetais na confecção de objetos cotidianos.
  • Cerâmicas antigas, datadas de aproximadamente 10.500 a.C., indicam uma paisagem cultural florescente.
  • Restos de pedras em formato de lâmina, como jaspe, foram encontrados, sugerindo uso para confeccionar ferramentas de caça e processamento de materiais.

Os acampamentos à beira dos lagos parecem ter sido temporários, refletindo um estilo de vida nômade. Pequenos grupos familiares se deslocavam entre os corredores montanhosos e retornavam aos lagos em períodos mais chuvosos. Quando o clima se tornava mais severo, muitos buscavam refúgio nas Montanhas Altai, onde cavernas forneciam abrigo.

Essas descobertas ajudam a repensar antigas interpretações sobre a ocupação humana do Gobi, mostrando que os humanos viveram na região muito antes do que se imaginava, aproveitando os recursos oferecidos pelos lagos e pântanos. Além disso, o desenvolvimento de tecnologias como a produção de microlâminas e a descamação por pressão demonstra a capacidade de inovação dessas comunidades diante das pressões ambientais.

A equipe de pesquisa continua investigando o Vale do Flint e regiões próximas, onde dezenas de locais arqueológicos permanecem em estudo, revelando a complexa relação dinâmica entre pessoas e ambiente no Deserto de Gobi.

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