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Justiça arquiva processo de Luisa Mell contra Instituto Caramelo

Justiça arquiva processo de Luisa Mell contra Instituto Caramelo

A ativista Marina Zatz de Camargo, conhecida nacionalmente como Luisa Mell, viu seu processo judicial contra o Instituto Caramelo de Proteção aos Animais ser oficialmente encerrado pela Justiça. As informações são do colunista Daniel Nascimento do jornal O Dia.

A decisão, que não agradou à defensora dos direitos dos animais, marca o fim de uma disputa que se arrastava desde 2024 e envolvia questões delicadas sobre sua exclusão da entidade, anteriormente conhecida como Instituto Luisa Mell.

O caso ganhou notoriedade por envolver não apenas divergências administrativas, mas também acusações públicas e tentativas de resgate de reputação. A ação movida por Luisa Mell, uma Interpelação Judicial, tinha como objetivo obter esclarecimentos formais sobre os motivos que levaram à sua exclusão do quadro associativo da ONG, além de questionar decisões internas que, segundo ela, foram tomadas sem sua ciência ou consentimento.

A tensão entre Luisa Mell e o Instituto Caramelo começou a se intensificar em 2023, quando a organização decidiu mudar de nome e se desvincular oficialmente da imagem da ativista. A justificativa apresentada pela nova gestão foi de que Luisa nunca teria contribuído financeiramente com o projeto, o que gerou indignação por parte da ativista. Ela rebateu publicamente, afirmando que investiu não apenas tempo e trabalho, mas também recursos próprios, além de emprestar sua imagem à causa por anos.

Luisa Mell chegou a classificar a situação como um “golpe”, acusando o Instituto de utilizar seu nome indevidamente em parcerias e campanhas. A mudança de nome e a exclusão da ativista do quadro associativo foram vistas por ela como uma tentativa de apagar sua contribuição histórica à causa animal.

Luisa Mell: decisão judicial e reações

Apesar das alegações de Luisa Mell, a Justiça entendeu que o Instituto Caramelo respondeu aos questionamentos formais apresentados na Interpelação Judicial. Mesmo que as respostas não tenham sido consideradas satisfatórias pela ativista, o juiz responsável pelo caso avaliou que o objetivo da ação havia sido cumprido: os esclarecimentos foram prestados, e não havia mais fundamento para a continuidade do processo.

Com isso, os autos foram arquivados em junho de 2025, encerrando oficialmente a disputa judicial. A decisão gerou frustração por parte de Luisa Mell, que esperava uma resolução mais favorável e, possivelmente, uma reaproximação institucional com a ONG que ajudou a fundar.

Outro ponto polêmico do processo foi a tentativa da equipe jurídica de Luisa Mell de retirar documentos anexados pelo Instituto Caramelo, que faziam parte de um inquérito policial. A alegação era de que esses documentos não deveriam constar nos autos por envolverem informações sigilosas. No entanto, a Justiça negou o pedido, afirmando que os documentos eram relevantes para a defesa do Instituto e que qualquer avaliação sobre sigilo deveria ser feita na esfera criminal.

Esse episódio reforçou o clima de tensão entre as partes e evidenciou que a disputa ultrapassava os limites administrativos, envolvendo também questões legais mais profundas.

A briga entre Luisa Mell e o Instituto Caramelo gerou repercussão entre ativistas e simpatizantes da causa animal. Muitos se perguntam como uma figura tão emblemática no ativismo brasileiro pôde ser afastada de uma entidade que, por anos, foi associada diretamente ao seu nome e trabalho.

Apesar do encerramento do processo, o episódio levanta reflexões sobre governança em ONG’s, transparência nas relações institucionais e o papel das figuras públicas em projetos sociais.

Mell continua atuando de forma independente na proteção animal, mas o rompimento com o Instituto Caramelo parece significar uma mudança significativa em sua trajetória.