IAs já conseguem te substituir em reuniões? Veja o que diz especialista
A rotina de muitos trabalhadores é marcada por agendas lotadas, reuniões longas e conversas demoradas que acabam prejudicando a produtividade. Nesse cenário, cresce o número de profissionais que recorrem à inteligência artificial para resumir encontros de trabalho.
De acordo com um estudo recente da Software Finder, 29% dos trabalhadores já faltaram a uma reunião acreditando que ferramentas de inteligência artificial (IA) seriam capazes de registrar bem o que aconteceu. No entanto, a tendência levanta dúvidas sobre até que ponto a tecnologia pode substituir a presença humana e quando isso pode virar um problema.
IA ajuda a organizar reuniões, mas não substitui humanos
O uso de ferramentas de inteligência artificial para registrar reuniões, gerar resumos automáticos e destacar encaminhamentos e tarefas tem ganhado espaço no ambiente corporativo. Esses recursos ajudam a organizar informações, economizar tempo e tornar o acompanhamento das atividades mais prático, principalmente em equipes grandes ou com agendas cheias.
No entanto, especialistas lembram que a tecnologia, por mais eficiente que seja, ainda não é capaz de substituir a presença humana de modo geral. O professor Marcos Barreto, da Fundação Vanzolini, afirma que a IA já desempenha um papel importante ao estruturar o que foi discutido e entregar uma síntese objetiva do encontro, mas não transforma a tecnologia em uma substituta real da participação.
Quando a IA funciona melhor
Segundo Barreto, há situações em que a IA pode ser uma aliada e outras em que a presença do profissional continua essencial. A IA é mais eficiente em reuniões cujo objetivo principal é informar e não debater, como:
- Apresentações gerais sobre o andamento da empresa
- Prestação de contas de departamentos
- Comunicados internos que não exigem discussão
Nessas situações, o resumo gerado pela IA geralmente oferece uma visão objetiva do que foi compartilhado, sem grandes perdas de compreensão.
Quando a presença humana é indispensável
No entanto, a presença humana é indispensável em reuniões estratégicas, como conversas voltadas para tomada de decisão, divergências de opinião, definição de prioridades ou construção de soluções. Nesses casos, a IA não consegue capturar toda a complexidade envolvida e o resumo não é suficiente para substituir a participação humana.
Barreto alerta que, nessas situações, o risco de utilizar apenas a IA é muito maior e pode levar a problemas como perda de nuances, questões de privacidade e riscos de segurança de dados.
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