IA acha lesões cerebrais ocultas que médicos não veem em crianças com epilepsia
Um estudo publicado na revista Epilepsia apresentou uma ferramenta de inteligência artificial (IA) capaz de identificar pequenas lesões cerebrais em crianças com epilepsia que muitas vezes passam despercebidas em exames tradicionais. Essa novidade na área médica promete acelerar diagnósticos com tecnologia e permitir cirurgias mais precisas, oferecendo esperança para pacientes com crises de difícil controle.
A epilepsia afeta aproximadamente uma em cada 200 crianças, e cerca de um terço dos casos não responde aos medicamentos disponíveis. Em muitos desses pacientes, a causa está ligada a displasias corticais, que são pequenas malformações no cérebro que desencadeiam as crises. No entanto, essas lesões podem ser minúsculas e ficam escondidas em dobras cerebrais, o que torna difícil a detecção por meio de exames de ressonância magnética (MRI) convencionais.
Como a IA auxilia os médicos
A equipe do Murdoch Children’s Research Institute (MCRI) e do Royal Children’s Hospital, em Melbourne, treinou um sistema de IA para analisar imagens de ressonância magnética como um “detetive digital”, destacando áreas suspeitas do cérebro para que médicos e radiologistas possam confirmar a anomalia. Isso pode reduzir significativamente o tempo entre o início dos sintomas e a definição do tratamento cirúrgico.
Nos primeiros grupos de teste, que envolveram 71 crianças e 23 adultos com epilepsia focal, a IA detectou lesões invisíveis a olho nu em exames anteriores. Entre os pacientes pediátricos, 12 passaram por cirurgia e 11 estão atualmente sem crises, representando uma taxa de sucesso impressionante.
- Detecção de lesões cerebrais ocultas: A IA pode identificar lesões que passam despercebidas em exames tradicionais.
- Aceleração de diagnósticos: A tecnologia pode reduzir o tempo entre o início dos sintomas e a definição do tratamento cirúrgico.
- Precisão cirúrgica: A IA pode fornecer informações precisas para guiar as cirurgias, aumentando as chances de sucesso.
Próximos passos e perspectivas: Apesar dos avanços, especialistas destacam que a ferramenta não substitui a análise humana. O próximo objetivo dos pesquisadores é validar o uso da tecnologia em hospitais pediátricos de diferentes regiões, avaliando a eficácia clínica e a percepção de pais, crianças e médicos em relação à introdução da inteligência artificial no diagnóstico.
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