A relação entre artistas e gravadoras volta a ser pauta no cenário musical internacional. Desta vez, Halsey abriu o jogo sobre as dificuldades que tem enfrentado para lançar novos trabalhos.
Em entrevista ao radialista Zane Lowe, a cantora revelou que sua gravadora está impedindo a produção de um próximo álbum devido às expectativas comerciais não atingidas com seu projeto mais recente, The Great Impersonator, lançado em 2024.
O desabafo ganhou repercussão nas redes sociais após a artista declarar que o maior obstáculo de sua carreira atualmente é a cobrança incessante por números comparáveis aos de estrelas como Taylor Swift. “Eu não posso lançar um álbum agora. Não tenho permissão.
A justificativa é que o último disco não vendeu o que eles esperavam. Mas a realidade é outra: foram 100 mil cópias só na primeira semana e uma turnê que se tornou a maior da minha carreira”, afirmou.
A insatisfação da gravadora, segundo Halsey, se deve ao desempenho do álbum frente ao histórico da cantora. Projetos anteriores, como Manic (2020), tiveram enorme repercussão global. Porém, a artista destacou que o sucesso não pode ser repetido em todas as eras musicais, sobretudo quando se trata de um disco experimental.
“Eles querem os números do Manic sempre, mas nem tudo funciona dessa forma. O que entreguei foi um álbum conceitual, emocional e autêntico, que mesmo sem grande apoio das rádios, conquistou bons resultados”, argumentou.
Ao trazer esse contraste, Halsey expôs uma das maiores tensões da indústria fonográfica: a busca constante por recordes comerciais em detrimento da liberdade criativa. Para ela, o maior desafio não é a falta de público, mas a comparação direta com nomes que atualmente dominam as paradas, como Ariana Grande e Taylor Swift.
Halsey: Comparações desgastantes e impacto pessoal
Durante a conversa, a artista relembrou momentos em que sua carreira foi marcada por disputas saudáveis no topo das paradas. “Alguns anos atrás, era eu e Ariana brigando pelo número um da Billboard. Foi incrível, porque não havia rivalidade real, trocávamos mensagens e vivíamos um auge criativo. Hoje, porém, se eu vendo 100 mil cópias, o que já é forte, a cobrança é: ‘Por que você não faz os números da Taylor Swift?’ Isso é desumano”, desabafou.
Halsey ressaltou que, enquanto Swift e outras artistas conseguem unir alcance comercial a grandes campanhas de marketing, ela escolheu caminhos mais experimentais e pessoais em seus últimos projetos. “The Great Impersonator fala sobre eu quase ter morrido. É visceral, é honesto. Não foi feito para se tornar um fenômeno pop descartável. Eu me orgulho do que entreguei”, completou.
Com esse posicionamento, a cantora levanta novamente o debate sobre até que ponto a pressão por resultados imediatos pode comprometer a saúde mental e a criatividade dos artistas. Para os fãs, a expectativa é que Halsey consiga, em breve, retomar o controle de sua carreira e oferecer novos capítulos de sua trajetória musical sem amarras impostas por cifras e comparações desiguais.
