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Gravidez na adolescência e mães solo: como novela ‘Três Graças’ se inspira em histórias reais que espelham o Brasil

Gravidez na Adolescência e Mães Solo: Um Retrato da Realidade Brasileira

A novela “Três Graças” aborda temas delicados como a gravidez na adolescência e o abandono parental, uma realidade enfrentada por milhões de brasileiras. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, 15% das famílias no país são chefiadas por mães solo, um número que cresceu de 9 para 12 milhões de lares nos últimos 12 anos.

O autor Aguinaldo Silva revelou que a ideia para o enredo da novela surgiu após uma visita marcante à Maternidade Leila Diniz, no Rio de Janeiro, onde viu uma fila enorme de meninas, muitas com 14 ou 15 anos, algumas acompanhadas pelas mães, outras sozinhas, e nenhuma com um homem ao lado.

A trama da novela se passa em uma comunidade fictícia inspirada na Brasilândia, na zona norte de São Paulo, e acompanha a trajetória de Lígia, Gerluce e Joély: avó, mãe e filha unidas por histórias de superação, afeto e acolhimento. Na vida real, mulheres como Delmara, Janaína, Yeda, Ana Paula e Devanir compartilham experiências semelhantes no Instituto Ser Mãe Solo, localizado na Brasilândia.

  • Gravidez na adolescência é um desafio nacional, com cerca de mil partos por semana de meninas entre 10 e 19 anos, segundo estudo coordenado pelo Hospital Moinhos de Vento, em parceria com o Ministério da Saúde.
  • A médica Palusa Mattos alerta para os riscos da gravidez precoce, incluindo hipertensão, infecções urinárias e complicações para o bebê, como a prematuridade.
  • A novela também dá voz às avós, figuras centrais na criação dos netos, como Maria Aparecida, moradora da Rocinha, que criou sozinha suas filhas e netos.

Para o diretor artístico Luiz Henrique Rios, a novela tem o papel de provocar reflexão, enquanto a atriz Sophie Charlotte reforça que a ficção pode ser uma ferramenta para apresentar questões reais e promover a reflexão sobre a realidade brasileira.

A representatividade é um aspecto importante da novela, com a atriz Alana Cabral destacando a importância de representar uma garota preta e periférica que engravida, uma realidade enfrentada por muitas jovens brasileiras.

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