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Para um auditório com milhares de ouvintes em São Francisco, Califórnia, cidade onde cresceu, Dario Amodei disse que o crescimento exponencial da Anthropic “é uma loucura”. O antigo vice-presidente de pesquisa da OpenAI fundou a startup em 2021 com o objetivo de desenvolver modelos de inteligência artificial com foco em segurança e ética em vez de um crescimento exponencial alicerçado em retornos financeiros.
Todavia, nos últimos quatro anos, a empresa liderada pelo doutor em Física pela Universidade de Princeton atingiu US$ 183 bilhões em valor de mercado, após uma captação de US$ 13 bilhões no início de setembro.
“Quando eu olho para o exponencial, existem duas vozes na minha cabeça: o dinheiro tem que vir de algum lugar. As pessoas não gastam assim, isso não pode acontecer. Mas, até agora, continua acontecendo”, responde o cientista (como gosta de ser referido) a Yamini Rangan, CEO da HubSpot, durante o painel “Como a IA transformará os negócios nos próximos 18 meses”, no Inbound 2025.
Para o executivo, que cofundou a companhia ao lado de sua irmã, Daniela Amodei, e membros pregressos da OpenAI, o momento da IA é incerto, apesar de avanços significativos. “Enfrentamos a tentação de dizer aos investidores que a tecnologia continuará avançando rapidamente, mas isso soa inadequado, porque nós não sabemos.”
Amodei afirma que existem duas maneiras de encarar o futuro da tecnologia depende de diferentes fatores, que variam de acordo com a área de atuação da companhia, capacitação da equipe, investimentos e quais os limites que poderão (ou não) ser rompidos nos próximos anos.
“Eu diria que a IA tem uma inteligência comparável à de um bom estudante de graduação (em algumas áreas). Os modelos são fortes em programação, análise de texto e até um pouco de biologia e química. Mas não em matemática avançada e raciocínio científico profundo.”
Por outro lado, o físico se considera otimista de que a inteligência artificial será capaz de superar as barreiras existentes para ir além do “conhecimento humano”. “ Se essa curva [de inovação] se manter, veremos modelos que conseguem lidar com todas essas disciplinas ao mesmo tempo e, consequentemente, capazes de produzir novas hipóteses e descobertas.”
Mas os desafios atuais da IA são razoavelmente simples, como “garantir que os modelos façam o que as pessoas realmente desejam”, pontua. “De forma segura e ética”, complementa.
Amodei cita como exemplo dos avanços incipientes, porém, necessários, que a inteligência artificial ainda necessita, o experimento “Project Vend”, desenvolvido por pesquisadores da Anthropic em parceria com a Andon Labs.
“Basicamente, colocamos o Claude como administrador de uma pequena loja.. Ele podia pesquisar na Amazon e na internet, conversar com pessoas, esclarecer o que elas queriam, definir e alterar preços. O problema é que era muito fácil de manipular. Se você implorasse por um desconto, ele acabava concedendo. Ou seja, ele ainda não está pronto para administrar um pequeno negócio.”
Segundo o CEO, há um longo caminho a ser desenvolvido em termos de agência, principalmente, em relação a dar a IA algum senso de “psicologia humana” e “malícia”, para que a tecnologia não seja cínica e rígida e nem fácil de ser enganada.
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