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Filipe Ret divide fãs com show que mistura fé, arte e polêmica

Filipe Ret lança o álbum 'Nume' e completa a segunda trilogia

O rapper Filipe Ret voltou a ser assunto nas redes sociais após sua apresentação no Campos Rap Festival, realizado no último dia 23 de agosto em Campos dos Goytacazes, no interior do Rio de Janeiro.

Conhecido por mesclar espiritualidade, fé e filosofia em suas composições, o artista apostou em um show conceitual que uniu música, poesia e tecnologia. Mas o uso de projeções com inteligência artificial  que exibiam imagens de anjos e demônios  acabou polarizando opiniões e reacendendo discussões sobre os limites entre arte e religião.

O espetáculo teve como base o álbum Nume, no qual Ret aprofunda reflexões sobre vida, morte e propósito.

Durante a performance, frases e visuais impactantes tomaram conta do telão, reforçando a dramaticidade de versos que já carregam peso poético por si só. Linhas como “Ame Deus, não ame a igreja” e “Ele mora em mim, quem não acredita é ateu” ressoaram em meio a imagens contrastantes de figuras angelicais e sombrias.

O público presente no festival reagiu de forma intensa. Para alguns fãs, o show foi ousado, provocador e coerente com a trajetória de Ret, que nunca evitou questionar padrões sociais e religiosos em sua arte. Nas redes sociais, esses admiradores destacaram a inovação do uso da inteligência artificial e a coragem de trazer reflexões filosóficas para um palco de rap.

Por outro lado, também houve críticas. Parte dos internautas classificou as imagens projetadas como “demoníacas” e demonstrou desconforto com a atmosfera do espetáculo. Alguns chegaram a acusar o rapper de ultrapassar limites ao mexer com símbolos religiosos. Essa dualidade de percepções reforça a marca registrada de Ret: ser um artista que não teme provocar debates, ainda que isso custe a unanimidade.

Filipe Ret: Fã-clubes em conflito

Além da repercussão do show em si, Filipe Ret também enfrentou questionamentos vindos de seus próprios fã-clubes. Administradores de páginas dedicadas ao rapper relataram insatisfação com a falta de reconhecimento e proximidade por parte do artista. Alguns afirmaram ter sido ignorados ou até bloqueados após buscarem mais atenção.

Esse cenário resultou no encerramento das atividades de determinados fã-clubes, gerando debates paralelos à polêmica do show. Enquanto alguns consideraram a reação exagerada, outros enxergaram no episódio um alerta sobre a importância do vínculo entre artistas e suas bases de fãs.

O caso mostra como Filipe Ret se consolidou como um nome capaz de ultrapassar os limites do entretenimento. Seu trabalho, que combina espiritualidade e contestação, acaba inevitavelmente esbarrando em temas sensíveis. O impacto de sua apresentação em Campos dos Goytacazes vai além da música: expõe o quanto a arte pode incomodar, questionar e dividir opiniões.

Seja visto como genialidade ou excesso, o show reafirmou a posição de Ret como um dos artistas mais inquietos e polêmicos da cena do rap nacional.