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Ferramentas de pedra de 2,75 milhões de anos revelam tecnologia de ancestrais humanos

Ferramentas de Pedra de 2,75 Milhões de Anos Revelam Tecnologia de Ancestrais Humanos

Um estudo internacional publicado na Nature Communications identificou no sítio arqueológico Namorotukunan, no noroeste do Quênia, um dos registros mais longos e antigos da tecnologia Olduvaiense, datada de 2,75 a 2,44 milhões de anos atrás. Essa tecnologia é caracterizada pelo uso de ferramentas de pedra, como lâminas feitas com calcedônia, uma rocha rara e ideal para itens afiados.

As ferramentas encontradas mostram uma impressionante consistência técnica entre gerações, revelando que o domínio do corte e a transmissão de conhecimento já eram práticas consolidadas há quase três milhões de anos. A escolha sistemática do material também indica conhecimento técnico e geológico refinado, mostrando que esses grupos sabiam identificar e selecionar as melhores pedras para obter lâminas mais precisas e duráveis.

A equipe de pesquisadores chegou às novas datas combinando métodos geológicos, como análise de cinzas vulcânicas, assinaturas químicas das rochas e variações magnéticas registradas nos sedimentos. Esses indicadores permitiram reconstituir o ambiente do Plioceno, um período em que o vale do Turkana passou de planície úmida e fértil a um cenário árido e instável.

Algumas das principais descobertas incluem:

  • As ferramentas de pedra foram usadas para cortar carne e vegetais, revelando uma dieta diversificada.
  • A tecnologia Olduvaiense foi mantida por cerca de 300 mil anos, apesar das mudanças radicais no ambiente.
  • A escolha do material e a fabricação das ferramentas mostram habilidade prática, planejamento e transmissão de conhecimento entre gerações.

Essas descobertas sugerem um marco evolutivo importante: o uso de ferramentas para ampliar a dieta, incluindo carne e medula óssea, conferiu aos hominíneos uma vantagem de sobrevivência em tempos de instabilidade climática. O estudo foi conduzido por pesquisadores de instituições de todo o mundo, incluindo o Brasil, e contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Em resumo, as ferramentas de pedra de 2,75 milhões de anos encontradas no Quênia revelam a tecnologia e a resiliência dos ancestrais humanos, que foram capazes de se adaptar às mudanças ambientais sem abandonar sua tradição técnica.

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