Famílias na Rússia usam IAs para reencontrar soldados mortos em vídeos memoriais
Um projeto chamado “Final Meeting” (Encontro Final) está ganhando força nas redes sociais russas, especialmente na plataforma VKontakte, que é a versão local do Facebook. O projeto, criado por Anna Korableva, usa inteligência artificial (IA) para recriar digitalmente soldados mortos na guerra contra a Ucrânia em vídeos memoriais.
Os vídeos são produzidos com ajuda de redes neurais e edições, e mostram o falecido caminhando por escadas rumo ao céu, abraçando familiares ou beijando seus parceiros. O preço varia entre US$ 20 e US$ 80, dependendo da duração e da inclusão de áudio personalizado, também gerado por IA a partir de gravações antigas.
A tendência da chamada “ressurreição digital” não é exclusiva da Rússia. Na China, empresas como Silicon Intelligence oferecem serviços semelhantes, criando avatares animados de familiares falecidos a partir de fotos antigas. A tecnologia também se espalha para o Ocidente, com IA capazes de gerar “deadbots”, chatbots que simulam a personalidade e a voz de pessoas que já morreram.
- Os vídeos memoriais são uma forma de terapia emocional para as famílias que perderam entes queridos na guerra.
- No entanto, o fenômeno também gera críticas intensas, com algumas pessoas argumentando que os vídeos romantizam o conflito e outros apontando o risco ético de manipular imagens e vozes de pessoas falecidas.
- A discussão em torno da “ressurreição digital” é complexa e envolve questões éticas, emocionais e tecnológicas.
É uma ocasião para se refletir como a IA está transformando até o modo como lidamos com a morte. O que antes era um tema de ficção científica agora é uma realidade. A tecnologia tem o potencial de trazer conforto e apoio às famílias que perderam entes queridos, mas também é importante considerar as implicações éticas e emocionais desses serviços.
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