Compartilhamento de Comida entre Macacos: Um Estudo sobre Babuínos-da-Guiné
Um estudo recente publicado na revista iScience revelou que os babuínos-da-guiné (Papio papio) compartilham comida de forma semelhante aos humanos. A pesquisa, realizada pelo Centro Alemão de Primatas, observou esses animais durante 9 anos no Senegal, na África Ocidental, e descobriu que o compartilhamento de carne entre eles ocorre quando há um relacionamento próximo e pacífico.
Os babuínos vivem em um sistema social multinível, composto por unidades, grupos e gangues. As unidades são formadas por um macho, uma ou mais fêmeas e seus filhotes, enquanto os grupos são compostos por 3 ou 4 unidades que possuem algum tipo de relação mais próxima. A pesquisa analisou 320 casos envolvendo compartilhamento de carne e descobriu que isso ocorre de forma mais significativa entre os machos e fêmeas da mesma unidade ou entre machos do mesmo grupo.
- O compartilhamento de carne depende da proximidade social entre os babuínos.
- Entre as unidades sociais mais próximas, a divisão de carnes acontece de forma passiva, sem brigas e sem conflitos.
- Nos casos de grupos maiores, partilhar alimentos é algo menos frequente e pode envolver brigas.
Os pesquisadores também analisaram modelos estatísticos em conjunto com suas observações comportamentais para medir a força dos relacionamentos entre os babuínos. Como resultado, os indivíduos tinham maiores chances de conseguir um pedaço de carne caso tivessem uma relação próxima com o “dono” — aquele que caçou ou encontrou o alimento.
Esse estudo sugere que certos padrões sociais podem ter se desenvolvido independentemente em humanos e primatas não humanos, mas de maneiras comparáveis. O compartilhamento de comida é uma prática comum em sociedades humanas, especialmente em grupos de caçadores-coletores, onde a carne é primeiro distribuída dentro da família e só então chega a conhecidos ou vizinhos mais distantes.
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