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Entenda por que uma IA não pode ser seu psicanalista, nem mesmo uma boa ouvinte

Entenda por que uma IA não pode ser seu psicanalista, nem mesmo uma boa ouvinte

Com o avanço da tecnologia, é comum que as pessoas desabafem com o ChatGPT após um dia cheio, pois as máquinas respondem com frases empáticas e sugerem soluções. No entanto, a pergunta é: pode uma IA substituir um psicanalista ou ser uma boa ouvinte? Segundo a professora Monah Winograd, da PUC-Rio, a resposta é não.

A psicóloga explica que, embora os algoritmos possam simular diálogo e linguagem humana, eles não possuem consciência, desejo ou afeto, elementos fundamentais da prática psicanalítica. Além disso, a IA não “pensa” nem “sente”, apenas executa instruções programadas, manipulando dados conforme regras sintáticas, mas sem compreender o significado do que processam.

A ilusão da cognição computacional

Winograd lembra que a IA opera sobre símbolos, mas sem compreender o significado do que processam. Isso é conhecido como o “quarto chinês”, um sistema que pode parecer compreender uma língua sem, de fato, entendê-la. Além disso, a autora alerta para o surgimento do que chama de “iPsicanalista”, a tentativa de transformar chatbots em substitutos de analistas humanos.

Porém, a psicanálise não se baseia em respostas automáticas, mas na escuta singular, na transferência e na interpretação simbólica. Uma IA pode repetir frases acolhedoras, mas não pode compreender o desejo inconsciente nem o sentido afetivo das palavras. A psicanálise existe no espaço entre palavras, no gesto simbólico, no afeto compartilhado, e não pode ser reduzida a um algoritmo.

Preocupação do Conselho Federal de Psicologia

O caso da IA considerada como psicanalista tem sido levado tão a sério que o Conselho Federal de Psicologia criou um grupo de trabalho dedicado a discutir o tema. Eles têm preocupações éticas e de privacidade, já que dados sensíveis podem ser armazenados ou expostos indevidamente. O conselho defende que apenas tecnologias desenvolvidas por profissionais habilitados, com base em métodos reconhecidos pela psicologia, possam ser usadas de forma responsável e segura.

Em resumo, a IA não pode ser um substituto para um psicanalista ou uma boa ouvinte, pois não possui consciência, desejo ou afeto, e não pode compreender o significado do que processam. Além disso, a psicanálise é uma prática complexa que envolve a escuta singular, a transferência e a interpretação simbólica, e não pode ser reduzida a um algoritmo.

  • A IA não pode substituir um psicanalista ou ser uma boa ouvinte.
  • A psicanálise é uma prática complexa que envolve a escuta singular, a transferência e a interpretação simbólica.
  • O Conselho Federal de Psicologia tem preocupações éticas e de privacidade em relação ao uso da IA em psicanálise.

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