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Emmy 2025: as vitórias, os recordes e o caos do cronômetro


Se a temporada de premiações é uma maratona, o Emmy 2025, que aconteceu em Los Angeles neste domingo (14.09), tentou transformá-la num sprint cronometrado — literalmente. Sob o comando de Nate Bargatze, que mais parecia estar acompanhando uma corrida de 100 metros do que apresentando o maior prêmio da TV, a regra era clara: 45 segundos por discurso ou o dinheiro da caridade dança. E sim, isso não foi só uma metáfora.
Nate Bargatze incentivou discursos mais enxutos para evitar que atores que se prolongam tomassem o tempo da premiação
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Mas primeiro vamos focar nos prêmios: O Estúdio, da Apple TV+, roubou a cena: Seth Rogan saiu da categoria “esnobado por premiações” para “rei da noite”, vencendo Melhor Ator em Comédia e levando Direção ao lado de Evan Goldberg, pelo episódio “The Oner”. Sem script e visivelmente surpreso, ele resumiu bem: “Nunca ganhei nada na vida… Isso é muito legal!”

Hannah Einbinder e Jean Smart
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Já Hacks continuou sua dominância absoluta: Jean Smart levou sua quarta estatueta pelo papel principal, somando sete Emmys na carreira, mesmo tendo subido ao palco com uma perna quebrada — “É por isso que tô andando igual ao John Wayne”, brincou. Hannah Einbinder, sua parceira de cena, também brilhou, conquistando o prêmio de atriz coadjuvante.
Tramell Tillman
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E em tempos de discursos programados, foi um ator de drama quem entregou um momento bem-humorado da noite: Tramell Tillman, o primeiro homem negro a vencer como Melhor Ator Coadjuvante em Drama por sua atuação em Ruptura, emocionou ao citar sua mãe, e primeira coach, diretamente da plateia: “Faça o trabalho. Apareça. E pelo amor de Deus, não me envergonhe em público.”
E se O Estúdio foi o queridinho da comédia, o drama da noite teve nome e sobrenome: Adolescência. Com 13 indicações, a produção da Netflix confirmou o que já era esperado e começou seu desfile de vitórias pela categoria de Direção em Série Limitada, com Philip Barantini levando a estatueta — e agradecendo não só à equipe e à família, mas também à plataforma que topou o risco da “ideia maluca”.
Aos 15 anos, Owen Cooper é o ator mais jovem a ganhar um Emmy por sua atuação em “Adolescência”
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A vitória já era indicativo do que viria pela frente: uma verdadeira sweeper night. Owen Cooper, de apenas 15 anos, que fez sua estreia em Adolescência, se tornou o ator masculino mais jovem da história a ganhar um Emmy. “Eu era nada três anos atrás. E agora tô aqui”, disse, emocionado. A produção ainda garantiu prêmios para Erin Doherty, como atriz coadjuvante, e Stephen Graham, que venceu como Melhor Ator em Série Limitada ou Antológica. Ele também subiu ao palco novamente ao lado de Jack Thorne, levando o Emmy de Roteiro pela série. A essa altura, o único mistério era quantas estatuetas o time ainda levaria para casa.
Cristin Milioti
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Na disputa feminina, quem brilhou foi Cristin Milioti, protagonista de Pinguim, da HBO. Ela venceu como Melhor Atriz em Série Limitada e emocionou o público com um discurso visceral e honesto: “É difícil fazer sentido da vida agora. Mas fazer essa série… interpretar essa personagem foi como voar.” Ela brincou que escreveu o discurso atrás de anotações da terapia (e, com isso, ganhou o troféu de autenticidade da noite).
Lauren Graham e Alexis Bledel
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Entre um prêmio e outro, o palco se transformou momentaneamente em Stars Hollow com a reunião inesperada (e celebradíssima) de Lauren Graham e Alexis Bledel, de Gilmore Girls, que apresentaram o prêmio de Roteiro em Comédia. “A gente era pobre e passava fome, mas tinha bons roteiros”, disse Bledel, em uma piada que arrancou risos cúmplices da plateia.
Mary Steenburgen e Ted Danson
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Outra aparição marcante veio com a entrega do Prêmio Humanitário Bob Hope para Mary Steenburgen e Ted Danson, casal que há décadas se dedica a causas sociais e filantrópicas. Em tempos de tanto ruído, a fala de Steenburgen foi um respiro necessário: “Se a vida é feita de dois sentimentos — amor e medo —, o mundo está meio desequilibrado agora. A gente escolhe viver do lado do amor.”
Noah Wyle
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E falando em redenções, uma vitória que veio com gosto de justiça poética: Noah Wyle, finalmente Emmy winner, décadas depois de ter sido eternamente associado ao eterno “snub” por ER. Ele voltou aos dramas médicos com The Pitt, agora como Dr. Robby, e levou o prêmio de Melhor Ator em Drama. “Isso aqui é por vocês, profissionais de saúde, que estão entrando ou saindo de um plantão agora”, disse.
R. Scott Gemmill durante discurso
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E a noite ficou ainda mais simbólica quando The Pitt venceu como Melhor Série de Drama, desbancando Ruptura, que liderava as apostas com 27 indicações. O criador da série, R. Scott Gemmill, foi direto ao ponto, dedicando o prêmio a todos os profissionais da saúde e primeiros socorristas: “Respeitem, protejam e confiem neles.” Uma vitória inesperada.
E o desafio do discurso rápido deu certo?
Agora, voltando ao cronômetro… Com uma doação inicial de 100 mil dólares prometida ao Boys & Girls Clubs of America, Nate abriu a noite com este desafio bem específico: cada segundo extra tiraria mil dólares da doação. “Se quiserem falar mais, façam isso nas redes. Mais gente vai ver lá mesmo”, disparou. O público riu, e alguns vencedores até tentaram seguir a regra (outros, nem tanto). Mas à medida que a noite avançava, o placar da doação virou quase um personagem próprio da cerimônia. Em pouco mais de uma hora, o valor já havia despencado para 64 mil dólares.
E quando Seth Rogen, já confortável em sua maré de vitórias por O Estúdio, decidiu estender o discurso, o contador despencou para números negativos — ultrapassando –50 mil dólares. Isso mesmo: em teoria, o Nate estava devendo dinheiro. A salvação veio de quem passou do tempo mas com consciência: Hannah Einbinder prometeu doar do próprio bolso a diferença que perdeu ao ultrapassar o limite em 20 segundos. E, no final da noite, entre ajustes do apresentador e um reforço oficial do canal, a promessa se recuperou (e superou): o total final destinado à organização foi de 350 mil dólares.