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Denise Fraga: “A maturidade faz a gente revisitar os sonhos engavetados”

Livros Restantes: Um Filme Sobre Redescoberta e Maturidade

O novo longa de Marcia Paraiso, “Livros Restantes”, chega aos cinemas trazendo uma história delicada e profunda sobre uma mulher que decide reorganizar sua vida aos cinquenta e tantos anos. Estrelado por Denise Fraga, o filme é uma coprodução Brasil-Portugal que explora a ideia de que toda vida é passível de reescrita.

A narrativa gira em torno de Ana Catarina, uma mulher que decide devolver os livros que ganhou ao longo de sua vida, retornando às pessoas importantes um fragmento de quem se tornou e abrindo espaço para o que ainda não conhece. Cada entrega tem um peso diferente, e é nessa assimetria que o filme escava seu ouro, mostrando a impossibilidade de sincronizar capítulos e a complexidade dos vínculos humanos.

A Maturidade e a Redescoberta

Denise Fraga descreve a matéria humana do filme com clareza, destacando que a maturidade faz a gente revisitar os sonhos engavetados. A atriz resume o fascínio do roteiro de Paraiso, dizendo que as personagens são “gente como nós, escritos de maneira muito reconhecível”, o que torna a identificação imediata e quase visceral.

O filme também lida com silêncio, mostrando o peso dos segredos que se carregam por décadas e a ternura que se impõe. A cena do almoço familiar é um dos momentos que quebram a respiração, mostrando a lógica geracional com firmeza e sem melodrama.

  • O filme é uma coprodução Brasil-Portugal e tem uma equipe majoritariamente feminina nas principais funções.
  • A narrativa é transformada pelo gesto simbólico de devolver os livros, que se torna a espinha dorsal emocional do filme.
  • A atriz Denise Fraga vive cercada de livros e histórias e guarda os seus como joias, sublinhando com lápis e considerando-os obras preciosas.

“Livros Restantes” é, no fim, um filme sobre atravessar um portão invisível, aquele que separa quem fica tentando caber no passado de quem finalmente caminha em direção a si. O foco neste processo não parece ser o lamento, mas a descoberta, uma independência quase silenciosa, a conquista de um território interno que antes talvez estivesse sempre em negociação.

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