Demência por Corpos de Lewy: Entendendo a Doença que Afeta Milton Nascimento
A demência por corpos de Lewy, diagnosticada recentemente no cantor Milton Nascimento, é uma doença sem cura, mas com tratamento adequado, é possível atenuar os sintomas e retardar as perdas cognitivas. Essa condição é a terceira forma mais comum de síndromes demenciais, após o Alzheimer e a demência vascular. No Brasil, estudos estimam que entre 12,5% e 17,5% da população idosa é afetada por alguma forma de demência, embora não haja dados oficiais disponíveis.
De acordo com o médico André Felício, coordenador da pós-graduação em Neurologia da Afya Educação Médica, o desempenho cognitivo é naturalmente afetado pela idade, mas isso não necessariamente significa um quadro demencial. A suspeita de demência surge quando problemas cognitivos, como perda de memória para fatos recentes ou dificuldade em prestar atenção, começam a interferir na rotina diária e os indivíduos precisam de supervisão.
Para diagnosticar a demência, é necessário um especialista conduzir uma investigação que inclua observação de sintomas, testes neuropsicológicos e exames de imagem. Esses testes avaliam campos cognitivos como memória, linguagem e atenção, enquanto os exames de imagem, como a ressonância magnética, ajudam a confirmar a demência e especificar seu tipo. Por exemplo, na doença de Alzheimer, a ressonância magnética mostra atrofia em uma região do cérebro, o que não é observado na demência por corpos de Lewy.
A demência por corpos de Lewy é caracterizada por sintomas parksonianos, como tremores e rigidez muscular, devido à alteração na dopamina no cérebro. Isso explica por que muitas pessoas diagnosticadas com Parkinson podem, na verdade, ter demência por corpos de Lewy, com o quadro cognitivo se manifestando posteriormente. Milton Nascimento, que foi diagnosticado com Parkinson há cerca de dois anos, é um exemplo disso.
Embora as causas da demência ainda não sejam completamente compreendidas, alguns fatores que diminuem ou aumentam o risco são conhecidos. Hábitos de vida saudáveis, como exercício físico, sono adequado, alimentação saudável e criação de uma reserva cognitiva ao longo da vida, são considerados neuroprotetores. Por outro lado, fatores como álcool, sedentarismo, hipertensão, diabetes e obesidade podem aumentar o risco de demência.
Um estudo recente da Universidade de São Paulo concluiu que cerca de 60% dos casos de demência podem ser atribuídos a fatores modificáveis e, portanto, poderiam ser prevenidos. As orientações do especialista André Felício reforçam a importância de adotar um estilo de vida saudável para reduzir o risco de desenvolver demência.
- Exercício físico regular;
- Sono adequado;
- Alimentação saudável, como a dieta mediterrânea;
- Criação de uma reserva cognitiva ao longo da vida.
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