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Deixei meu celular escolher frutas e legumes por mim; veja o que aconteceu


Se você é daqueles que se sente incapaz de comprar frutas, legumes e hortaliças sozinho, a Inteligência Artificial (IA) pode ser uma aliada durante às idas ao mercado ou à feira. Estou falando especificamente do modo Live, um recurso do Gemini, assistente inteligente do Google, que permite conversar com a IA em tempo real. Com ele, é possível abrir a câmera do celular, apontar para aquele tomate que você não sabe se está bom e perguntar ao chatbot se é uma boia ideia levá-lo para casa. Por ser uma IA multimodal, o Gemini consegue compreender a sua voz, identificar cores e texturas e falar com você — tudo de forma bem natural.
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A funcionalidade foi anunciada pela primeira vez no Google I/O 2024 e, desde então, inaugurou novas possibilidades de interação com chatbots inteligentes. Mas será que o Gemini Live é realmente confiável enquanto um “assistente de compras do mês”? Fui até o supermercado com o Galaxy A54, celular intermediário da Samsung, para pôr à função à prova enquanto escolhia frutas, legumes e hortaliças. Continue a leitura para saber mais sobre o experimento e se ele deu certo.
Saiba-mais taboola
Escolhendo frutas na feira
Reprodução/Freepik
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Seu celular sabe escolher frutas e legumes? Fui ao mercado testar
Nesta matéria, você vai conhecer em detalhes a função do Gemini Google que ajuda a escolher frutas e legumes. Confira, no índice a seguir, os tópicos abordados.
O que é e como funciona o modo Live do Gemini?
Como foi a experiência no mercado
Vale a pena usar IA para escolher frutas e legumes?
O que é e como funciona o modo Live do Gemini?
O Gemini é o assistente inteligente multimodal do Google. Trocando em miúdos, ele consegue compreender e gerar respostas a partir de diferentes tipos de informação, como voz, texto, imagens, vídeos e até compartilhamento de tela. Em vez de depender apenas da escrita, a IA combina múltiplas modalidades de entrada e saída, o que a torna mais versátil e próxima da forma como os humanos se comunicam.
Além do chat por mensagens de texto e áudio, o Gemini oferece o modo Live, um recurso que permite conversar em tempo real com a IA sem precisar tocar na tela. É possível falar, mostrar imagens ou vídeos e até compartilhar a tela com o assistente. Assim, o Gemini consegue analisar objetos, documentos ou qualquer outro elemento mostrado à câmera. Por exemplo, ao apontar o celular para um armário bagunçado, você pode pedir dicas de organização.
App Gemini, do Google
Laura Storino/TechTudo
O funcionamento é natural e se assemelha a uma conversa: você fala, a IA escuta e responde. Caso a resposta não seja a ideal, é possível interromper a interação e corrigir o direcionamento. O modo Live pode ser útil em várias situações do dia a dia: em uma viagem a um país estrangeiro, por exemplo, dá para solicitar a tradução de uma placa, identificar um monumento histórico ou até pedir orientações em um mercado sobre comidas que você não reconheça.
Além disso, o Live se integra a outros aplicativos do Google, como Gmail, Google Agenda e Google Maps, de forma que você pode adicionar eventos à agenda, enviar mensagens, criar notas e muito mais. O aplicativo funciona em mais de 40 idiomas e está disponível para celulares Android — versão 11 ou superior, com pelo menos 2 GB de RAM — e iPhone com iOS 16 ou superior. No iOS, há restrições no compartilhamento de tela e câmera devido a permissões do sistema, e a ativação do modo Live só pode ser feita com o app aberto.
Mulher escolhendo frutas na feira
Reprodução/Freepik
Como foi a experiência no mercado
O primeiro teste foi com o alho. Abri o Gemini no Galaxy A54 e ativei a câmera tocando no ícone de filmadora — a interface lembra bastante a do Google Meet. Apontei o celular para uma cabeça de alho sem dizer nada, e o Gemini respondeu prontamente: “é um alho”. Até aí, tudo certo.
Resolvi dificultar um pouco. Escolhi uma cabeça com uma parte afundada, sinal clássico de dentes estragados, e perguntei: “Gemini, este alho está bom para consumo?”. A resposta veio rápida, mas decepcionante: “Sim, a casca está íntegra e não vejo brotos verdes”.
Ou seja, a IA ignorou o defeito evidente e ainda deu uma resposta genérica, sem sugerir verificar textura, cheiro ou buracos. Repeti a experiência com um alho machucado e escurecido — e ouvi praticamente a mesma coisa: “bom para consumo”.
Passo a passo de como usar o modo Live do Google Gemini
Reprodução/Taís Aparecida
Na seção de tomates, os resultados foram mais variados. Quando mostrei um fruto machucado, com um buraco, o Gemini acertou: identificou o problema e até perguntou se eu queria ajuda para escolher frutos melhores. Mas a precisão não se manteve. Repeti o teste com um tomate claramente verde, e a IA garantiu que estava ótimo para consumo, ignorando a falta de maturação.
Passei, então, para as hortaliças. Mostrei um maço de manjericão com folhas murchas e escuras. Apesar de acertar na identificação, o Gemini respondeu que o maço parecia “fresco e com as folhas bem verdinhas” quando o perguntei sobre o estado da hortaliça. O mesmo aconteceu com um maço de cheiro-verde, que o aplicativo classificou como “salsão”.
Entre as frutas, os erros também chamaram atenção. Um maracujá enrugado foi confundido com goiaba, e até a versão lisa e amarela do fruto não convenceu a IA, que respondeu: “Ah, entendi! Então você está procurando por goiabas?”. Por outro lado, abacates e mangas foram identificados sem dificuldade. O problema é que, diante de uma manga claramente passada, o Gemini novamente falhou: disse que estava boa para consumo.
Imagem dos legumes, hortaliças e frutas usadas no teste do modo Live do Google Gemini
Taís Aparecida/TechTudo
Além disso, houve problemas técnicos. Cada vez que eu alternava entre o Gemini e o app de anotações, a IA simplesmente parava de responder. Era preciso fechar e reabrir o aplicativo, várias vezes, para continuar os testes.
Vale a pena usar IA para escolher frutas e legumes?
A ideia é interessante e tem potencial, especialmente para ajudar pessoas com deficiência visual. Na prática, porém, o recurso ainda deixa a desejar, tanto no reconhecimento quanto na análise da qualidade dos alimentos. Durante os testes, notei erros básicos, respostas genéricas e inconsistências que comprometem a confiança na IA. Hoje, vídeos na Internet, principalmente no TikTok, ainda cumprem melhor esse papel de orientação na escolha de frutas e legumes.
Por outro lado, o modo Live do Gemini pode ser útil para identificar rapidamente alimentos desconhecidos, como em viagens. Em meus testes, o assistente acertou no manjericão, mas errou no cheiro-verde e no maracujá. No geral, é uma tecnologia promissora, que vale acompanhar para ver como evoluirá com futuras atualizações.
Mulher escolhendo frutas na feira
Reprodução/Freepik
Com informações de Google, G1, Medium, mckinsey
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