Impacto do Clima Extremo em Belém: Um Desafio à Saúde Pública
Em Belém, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) trouxe à tona a preocupação com as variações de temperatura e seu impacto na saúde pública. A cidade, com 1,4 milhão de habitantes e uma das maiores densidades urbanas da Amazônia, enfrenta picos de temperatura de bulbo úmido de 31,5°C, o que representa um risco extremo para a saúde.
Estudos recentes mostram que a média de temperatura de bulbo úmido em Belém é de 28,2°C, considerada de alto risco. Isso significa que pessoas com condições de saúde pré-existentes devem evitar atividades físicas, e o número de óbitos por doenças respiratórias e cardiovasculares aumenta significativamente em dias muito quentes.
O Futuro Climático de Belém
O cenário futuro climático de Belém é preocupante, com o RCP8.5 (Cenários Representativos de Concentração) indicando que a temperatura média global pode aumentar cerca de 4°C até o fim do século, muito acima da meta internacional de 1,5°C estabelecida no Acordo de Paris. Isso pode levar a um aumento de 40% de mortes em cidades como Belém.
A relação entre o clima e a saúde também se manifesta em outras frentes, como na expansão de doenças transmitidas por vetores. O aumento das temperaturas médias e as mudanças no regime de chuvas têm ampliado o período de transmissão da dengue, com 2 milhões de casos registrados no estado de São Paulo em 2024.
Plataforma MAIS: Um Ferramenta para Entender o Impacto do Clima na Saúde
A plataforma MAIS (Meio Ambiente e Impacto na Saúde), lançada pelo Einstein Hospital Israelita em Belém durante a COP30, reúne dados meteorológicos, demográficos, de saúde e socioeconômicos para entender melhor o impacto do clima na saúde da população. A plataforma tem como objetivo tornar nítido e mais próximo o problema climático, permitindo que gestores e profissionais de saúde tomem decisões informadas.
Experiências internacionais, como os “planos de calor” implementados em cidades europeias como Paris e Barcelona, e o Plano de Ação ao Calor de Ahmedabad, na Índia, demonstram que é possível proteger vidas com políticas públicas baseadas em dados. Esses exemplos podem ajudar a salvar vidas em Belém e em outras cidades afetadas pelo clima extremo.
- Temperatura de bulbo úmido de 31,5°C em Belém, considerada de alto risco para a saúde.
- Aumento de 40% de mortes em cidades como Belém se a temperatura média global aumentar 4°C até o fim do século.
- Plataforma MAIS reúne dados para entender melhor o impacto do clima na saúde da população.
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