Novo Tratamento para Mieloma Múltiplo: O Que Você Precisa Saber
O mieloma múltiplo é um tipo raro de câncer no sangue que afeta cerca de 4 em cada 100 mil pessoas no mundo. No Brasil, é o segundo câncer hematológico mais comum, com 7,6 mil novos casos identificados por ano. Recentemente, a Anvisa aprovou o uso do medicamento Blenrep (belantamabe mafodotina) para o tratamento da doença.
O Blenrep é um anticorpo droga conjugado (ADC) que usa um anticorpo para levar uma droga potente diretamente às células do câncer. Ele é administrado por infusão intravenosa a cada três ou quatro semanas, dependendo da combinação do tratamento. O medicamento combina um anticorpo monoclonal com a mafodotina, uma carga tóxica para as células, permitindo a ligação às células do câncer e liberando o remédio no interior da célula cancerosa.
Estudos Clínicos
A aprovação do Blenrep se baseia em dois estudos de fase 3: o DREAMM-7 e o DREAMM-8, que contaram com a participação de 8 centros de pesquisa brasileiros. Os estudos compararam os tratamentos padrão para mieloma múltiplo com o Blenrep combinado a outras duas drogas.
- No DREAMM-7, o Blenrep foi testado em combinação com bortezomibe e dexametasona (BVd) em pacientes com a doença em estágio “recaído” ou “refratário”.
- No DREAMM-8, o Blenrep foi avaliado em combinação com pomalidomida e dexametasona (BPd) em pacientes que já haviam sido tratados anteriormente com lenalidomida.
Os resultados dos estudos mostraram que o Blenrep quase triplicou a sobrevida livre de progressão da doença e reduziu em 59% o risco de progressão ou morte, em comparação ao tratamento padrão.
Efeitos Adversos
Em ambos os estudos, alguns pacientes enfrentaram eventos adversos que prejudicam os olhos, como ceratopatia, alterações na acuidade visual e outros sintomas oculares. A hematologista Vania Hungria explica que a carga citotóxica do Blenrep pode causar essas alterações oculares e recomenda que os pacientes façam exames oftalmológicos regulares.
Em resumo, o Blenrep é um novo tratamento para mieloma múltiplo que mostrou resultados promissores em estudos clínicos. Embora possa causar efeitos adversos oculares, é uma opção importante para pacientes que já receberam tratamentos anteriores.
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