Um novo estudo publicado nesta quarta-feira (12) na revista Biology Letters mostrou que as abelhas podem ser treinadas para diferenciar entre flashes de luz longos e curtos — uma habilidade análoga à leitura dos sinais do código Morse. A descoberta, conduzida por pesquisadores da Queen Mary University de Londres, no Reino Unido, é a primeira evidência de que o inseto consegue usar a duração de estímulos visuais para decidir onde buscar alimento. Esse experimento foi liderado pelo doutorando Alex Davidson e pela professora Elisabetta Versace, do Departamento de Psicologia da instituição. Segundo comunicado divulgado pelos autores, o objetivo era investigar se os zangões da espécie mamangava-de-cauda-amarela-clara (Bombus terrestris) seriam capazes de aprender a distinguir diferentes durações de flashes luminosos — algo que, até então, só havia sido observado em humanos, macacos e pombos. Condução dos testes Para tanto, os cientistas construíram um labirinto especial, onde as abelhas eram treinadas individualmente. Em cada tentativa, elas precisavam escolher entre dois círculos piscantes: um emitia um flash curto (equivalente ao “ponto” do código Morse) e o outro, um flash longo (o “traço”). Quando escolhiam corretamente o estímulo associado ao açúcar, elas recebiam uma recompensa. Já caso errassem, elas eram apresentadas a uma substância amarga, não compatível com o seu paladar. A posição dos círculos era alterada a cada rodada, de modo que as abelhas não pudessem se guiar por pistas espaciais. Modelo 3D do aparato experimental. Uma abelha está realizando um teste experimental. Seu percurso desde a caixa-ninho é traçado em vermelho através de portas plásticas removíveis. No primeiro compartimento experimental, os estímulos são exibidos no monitor e chips plásticos contêm a solução associada (açúcar ou quinina amarga durante o treinamento e água durante o teste). A primeira tentativa de se alimentar de um dos chips é registrada como uma escolha de estímulo. A abelha continuará para os dois compartimentos seguintes para os próximos testes, de modo que cada incursão de forrageamento inclua três tentativas Alex Davidson/Universidade Queen Mary de Londres Depois do treinamento, os pesquisadores retiraram o açúcar para verificar se as escolhas das abelhas eram realmente baseadas na duração da luz, não em odores ou marcas visuais deixadas pelo alimento. O resultado foi claro. Expostos aos feixes de luz, a maioria dos zangões já voava diretamente para o tipo de flash que antes indicava a recompensa, comprovando que haviam aprendido a distinguir entre os dois sinais visuais. Mecânica ainda misteriosa “Como as abelhas não encontram estímulos luminosos intermitentes na natureza, é notável que consigam realizar essa tarefa com sucesso”, destaca Versace.…
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