Cientistas Convertem Tipo Sanguíneo de Rim e Fazem Transplante pela 1ª Vez
Em um importante passo para diminuir a fila do transplante de órgãos, uma equipe internacional de cientistas obteve sucesso ao converter um rim do tipo sanguíneo A para o tipo sanguíneo O. Transformado em um órgão “universal”, o rim foi transplantado em uma pessoa com morte cerebral e funcionou bem durante dois dias antes de apresentar sinais de rejeição.
A técnica emprega enzimas capazes de iniciar certas reações químicas no corpo, e o seu aprimoramento pode abrir caminho para tempos mais curtos nas listas de espera por doadores de órgãos. Os resultados obtidos foram descritos em detalhes em um artigo publicado na revista Nature Biomedical Engineering.
Cuidados nos Transplantes de Órgãos
O transplante renal é um tratamento para pacientes com doenças nos rins desde a década de 1950. No entanto, como todo procedimento desse tipo, ele é limitado pela necessidade de combinar o tipo sanguíneo do doador com o do receptor, além da obrigatoriedade de encontrar um órgão de tamanho apropriado e geograficamente próximo o suficiente para realizar o transplante a tempo.
Os seres humanos têm quatro grupos sanguíneos principais — A, B, AB e O — e o sistema imunológico de uma pessoa com um tipo sanguíneo pode reagir contra outro tipo. Por exemplo, um candidato a transplante com sangue tipo O só pode receber um rim de um doador tipo O, mas alguém com sangue tipo A, B ou AB também pode receber um rim tipo O.
Conversão para um Órgão Universal
A equipe de cientistas desenvolveu um protocolo de tratamento baseado em enzimas que pode converter um órgão em um transplante “universal”. Ele ficou conhecido como “O2 convertido por enzima”, ou simplesmente “ECO”. No processo de converter o rim, os pesquisadores adicionaram enzimas específicas ao fluido de perfusão que removeram os antígenos do grupo sanguíneo que poderiam causar rejeição.
Para verificar se o rim escaparia da rejeição imediata em um ser humano, a equipe recorreu a um receptor com morte cerebral, cuja família consentiu com o estudo. Os especialistas, então, transplantaram o rim ECO no receptor, que possuía uma alta quantidade de anticorpos anti-A. Ao todo, o procedimento levou cerca de duas horas.
Potencial do Procedimento
De acordo com a descrição dos pesquisadores, o rim ECO funcionou bem por dois dias após o transplante, sem sinais de rejeição. As respostas imunológicas ao novo rim surgiram no terceiro dia, quando o rim ECO começou a produzir novos antígenos A.
A conversão de órgãos de um tipo sanguíneo para outro é importante para aumentar o acesso dos pacientes a órgãos de doadores. Isso é particularmente importante para candidatos a transplante do tipo O, que constituem mais de 50% da lista de espera e normalmente esperam de 2 a 4 anos a mais do que outros tipos sanguíneos.
- O desenvolvimento desse processo de transplante ainda está em estágios iniciais.
- A técnica emprega enzimas capazes de iniciar certas reações químicas no corpo.
- A conversão de órgãos de um tipo sanguíneo para outro é importante para aumentar o acesso dos pacientes a órgãos de doadores.
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