Celulares chineses podem deixar de ser tão baratos em 2026; entenda

Os celulares chineses sempre foram conhecidos por seus preços competitivos e bom custo-benefício, especialmente no segmento de entrada. No entanto, um novo relatório da empresa Counterpoint Research sugere que esse cenário pode mudar em 2026. O aumento expressivo no custo de componentes, especialmente de memória, deve pressionar os preços e reduzir a oferta de modelos baratos, afetando diretamente fabricantes chinesas como Honor, OPPO e vivo.

De acordo com a consultoria, as remessas globais de smartphones devem cair 2,1% em 2026, reflexo direto do encarecimento da produção. As marcas chinesas estão entre as mais impactadas, pois têm forte presença nos segmentos mais sensíveis a preço. Com o encarecimento dos componentes de memória, as margens de lucro nos smartphones básicos devem praticamente desaparecer.

Segmento de entrada é o mais afetado

O impacto é mais severo entre celulares de entrada, geralmente vendidos abaixo de US$ 200. O custo de materiais desses aparelhos já subiu entre 20% e 30% desde o início do ano, puxado principalmente pela alta nos preços de memória DRAM. Esse aumento não ficou restrito aos modelos mais baratos, pois smartphones intermediários e premium também sofreram reajustes no custo de produção.

Para o consumidor, isso pode significar dois cenários: celulares mais caros ou celulares com especificações reduzidas. As fabricantes já vêm adotando estratégias de mitigação, como reduzir configurações de memória, reaproveitar componentes antigos e simplificar outros elementos do hardware.

Consequências para o mercado

Outra consequência direta do aumento de custos é a redução da variedade de modelos. A Counterpoint observa que fabricantes estão cortando volumes de SKUs (Unidades de Manutenção de Estoque) de entrada e enxugando o portfólio para preservar margens de lucro. Na prática, podemos esperar menos opções de celulares baratos nas prateleiras.

As marcas chinesas, como HONOR, OPPO e vivo, estão entre as mais afetadas, com revisões negativas em suas projeções de vendas para 2026. Em contraste, empresas com portfólios mais diversificados e forte presença no segmento premium, como Apple e Samsung, aparecem como mais bem posicionadas para atravessar o período de pressão nos custos.

Em resumo, o aumento nos preços de memória e componentes pode levar a uma redução na oferta de celulares baratos e uma mudança nos hábitos de consumo dos usuários, com um possível aumento na demanda por modelos mais premium.

• O aumento nos preços de memória pode subir até 40% adicionais até o segundo trimestre de 2026.
• As fabricantes estão adotando estratégias de mitigação, como reduzir configurações de memória e reaproveitar componentes antigos.
• A redução da variedade de modelos pode levar a uma menor oferta de celulares baratos nas prateleiras.

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