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Urias Lança “Carranca”, um Álbum Experimentalmente Moderno
O novo álbum de Urias, “Carranca”, é um trabalho que mistura história, espiritualidade e resistência, com camadas sonoras e simbólicas que atravessam o tempo. Com 14 faixas, incluindo três interlúdios narrados por Marcinha do Corintho, o disco dialoga com a memória da música popular brasileira, resgatando referências antigas da MPB, enquanto cria um som absolutamente contemporâneo e experimental.
O nome “Carranca” surgiu por conta do tipo de música que Urias estava fazendo, buscando algo que representasse suas raízes brasileiras e afro-brasileiras, e que ao mesmo tempo contasse uma história. A carranca, figura esculpida em madeira usada para afastar maus espíritos, simboliza proteção e caminho aberto.
Musicalmente, o álbum é fruto de uma curadoria refinada, com Rodrigo Gorky como produtor central. Ele trouxe uma seleção de vinis que apresentou à artista sonoridades brasileiras que ela ainda não conhecia, criando uma atmosfera de nostalgia moderna. Algumas faixas se destacam pela densidade histórica e simbólica, como “Deus”, parceria com Criolo, que resgata a música folclórica “Soca Pilão”, cantada por Inezita Barroso.
- “Vontade de Voar” reflete sobre resistência e a experiência de ser racializada, mostrando que mesmo ao conquistar espaços, as regras podem mudar, mas a vontade de sonhar permanece.
- “Águas de um Mar Azul” resgata uma música inédita de Hyldon, perdida por quase cinco décadas.
- “Vénus Noir” aborda a relação com a fama, mostrando que o sucesso não é um ponto de chegada e, muitas vezes, aprisiona mais do que liberta.
Visualmente, o álbum é pensado como extensão da música, com a diretora Odi trabalhando com a artista para traduzir a não-linearidade do tempo em imagens que misturam o clássico e o moderno, a ancestralidade e o contemporâneo. Urias destaca que o visual dialoga diretamente com a narrativa do álbum.
Com “Carranca”, Urias apresenta um trabalho que é ao mesmo tempo uma homenagem à cultura brasileira e afro-brasileira, e uma reflexão sobre a identidade e a representação. O álbum é um convite à reflexão e à exploração da música e da cultura, com camadas e significados que se descobrem a cada ouvida.
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