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Capitão de famoso naufrágio na Antártida sabia de defeitos no navio, diz estudo

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Um Novo Capítulo na História do Endurance

O navio de Ernest Shackleton, o Endurance, que foi esmagado pelo gelo antártico em 1915, tem uma história que acaba de ganhar um novo capítulo. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Aalto, na Finlândia, e publicado na revista científica Polar Record, revela que a embarcação apresentava graves deficiências estruturais e que o próprio explorador conhecia essas limitações antes de zarpar.

A análise técnica demonstra que o Endurance era notavelmente menos robusto que outros navios antárticos contemporâneos, contrariando a narrativa histórica que o celebra como “o navio polar mais forte de sua época”. Segundo o professor Jukka Tuhkuri, um dos principais pesquisadores de gelo do mundo, “até mesmo uma análise estrutural simples mostra que o navio não foi projetado para as condições de compressão do gelo que acabaram por afundá-lo”.

Deficiências Estruturais do Endurance

Os pontos mais vulneráveis do navio incluíam:

  • Vigas e armações mais fracas que as de outros navios polares
  • Um compartimento de máquinas mais longo, que enfraquecia parte significativa do casco
  • A ausência de vigas diagonais para reforço estrutural

Esses fatores contrariam a narrativa de que o único problema do Endurance seria seu leme, apontado até então como o “calcanhar de Aquiles” da embarcação.

O aspecto mais intrigante do estudo é a revelação de que Shackleton sabia dos riscos. Em uma carta à esposa, ele lamentou as deficiências do navio e chegou a dizer que preferia seu navio anterior ao Endurance. Além disso, ao visitar um estaleiro norueguês, ele recomendou o uso de vigas diagonais para outro projeto de navio polar, que posteriormente conseguiu resistir meses presa ao gelo comprimido sem naufragar.

O objetivo do estudo não é diminuir as conquistas heroicas da tripulação, mas enriquecer a compreensão histórica sobre um dos episódios mais marcantes da exploração polar. “Agora temos evidências mais concretas que dão profundidade às histórias”, conclui o pesquisador.

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