Estudo Inédito no Brasil: Mapeando Variantes Genéticas Associadas ao AVC
O Brasil deu início a um importante estudo sobre a relação entre a genética e o Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido como ÁRTEMIS-Brasil. Este projeto é conduzido pelo Hospital Moinhos de Vento, em parceria com o Ministério da Saúde, e envolve 11 centros de referência em todo o país.
O objetivo da pesquisa é identificar variantes genéticas que influenciam o risco, a evolução clínica e a resposta ao tratamento do AVC isquêmico, responsável por cerca de 80% dos casos da doença no país. Com esses dados, os pesquisadores pretendem contribuir para modelos de cuidado mais personalizados dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).
Um Cenário que Exige Respostas
O impacto do AVC no Brasil é elevado, com 85.427 óbitos em 2024, de acordo com a Rede Brasil AVC. Nos anos anteriores, os registros também permanecem altos, com 81.822 óbitos em 2021, 87.749 em 2022 e 84.931 em 2023. O AVC segue como a principal causa de morte e incapacidade no país, com 11 óbitos por hora.
De acordo com o CEO do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini, o estudo atende a uma demanda crescente por dados populacionais robustos. “O desafio do AVC no Brasil exige respostas baseadas em evidências. Investir em pesquisa aplicada, com foco na realidade do SUS, é essencial para reduzir desigualdades e melhorar resultados clínicos.”
Como o Estudo Funcionará
Até o final de 2026, o ÁRTEMIS-Brasil incluirá 500 pacientes que sofreram AVC isquêmico e 500 sem AVC. Cada participante será submetido a avaliação clínica, exames de retina e realizará o sequenciamento de genoma completo. O projeto também integra o Programa Genomas Brasil, que busca ampliar a diversidade genômica nacional.
A iniciativa prevê a capacitação de equipes do SUS em genética, aconselhamento genético e conceitos de medicina de precisão. A neurologista do Hospital Moinhos de Vento e Investigadora Principal do ÁRTEMIS-Brasil, Ana Cláudia de Souza, destaca que o estudo contribuirá para construir as bases da medicina de precisão no SUS.
O que a Pesquisa Pode Mudar
Ao identificar variantes que influenciam o risco e o comportamento do AVC, o estudo pode ampliar a capacidade de prever complicações, personalizar tratamentos e planejar ações de prevenção. O projeto se alinha à estratégia de fortalecimento da pesquisa translacional no país, aumentando a capacidade do SUS de formular políticas mais eficazes e adequadas às características da população brasileira.
Com o ÁRTEMIS-Brasil, o país passa a integrar um grupo limitado de nações que investigam, em larga escala, a relação entre fatores genéticos e doenças cerebrovasculares. Os primeiros resultados devem orientar novas estratégias de prevenção e melhorar o acompanhamento de pacientes que sofreram AVC.
- O estudo ÁRTEMIS-Brasil é um marco importante na pesquisa sobre o AVC no Brasil.
- A identificação de variantes genéticas pode levar a tratamentos mais personalizados e eficazes.
- A capacitação de equipes do SUS em genética e medicina de precisão é fundamental para melhorar os resultados clínicos.
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