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Bilheteria de 2025: Um Cinema sem Espaço para Risco

A bilheteria de 2025 revela um problema que vinha se formando há anos, mas que agora se apresenta de forma brutal nos números. O cinema comercial entrou em um ciclo negativo, onde o risco praticamente desapareceu. Isso se deve, em grande parte, ao comportamento do próprio público, que busca por conforto, previsibilidade e reconhecimento imediato ao ir ao cinema.

Os números da bilheteria de 2025 são claros. Os primeiros lugares são ocupados por franquias consolidadas, continuações e adaptações. Isso deixa evidente que o público só se dispõe a pagar ingresso quando sabe exatamente o que vai encontrar, mesmo que isso signifique consumir variações cada vez mais desgastadas das mesmas fórmulas.

Ranking de 2025: Franquias e Continuações

  • Ne Zha 2 lidera o ano com US$ 2,1 bilhões (R$ 11 bilhões)
  • Zootopia 2, com US$ 1,2 bilhão (R$ 6,6 bilhões)
  • Lilo & Stitch, que soma US$ 1 bilhão (R$ 5,5 bilhões)
  • Um Filme Minecraft arrecadando US$ 958 milhões (R$ 5,2 bilhões)

Esses números mostram que o público aceita pagar por algo familiar, independentemente da qualidade. Isso empurra os estúdios para decisões cada vez mais conservadoras, investindo em IPs (propriedades intelectuais) em vez de histórias originais.

Consequências do Comportamento do Público

O fator econômico também pesa nesse cenário. Com ingressos caros, o público evita gastar dinheiro em um filme desconhecido que poderá assistir poucas semanas depois no streaming. A experiência cinematográfica deixa de ser o foco, e o que importa é o conforto de saber exatamente o que se está comprando.

No entanto, existem caminhos claros para romper esse ciclo. Filmes como Frankenstein, Jay Kelly e Vivo ou Morto, lançados pela Netflix, mostram como certas obras ganham outro peso nas telonas. São produções pensadas para o cinema, que perdem impacto quando vistas em casa e reforçam como a experiência coletiva pode transformar a recepção de um filme.

A bilheteria de 2025 não aponta para a falta de bons filmes, mas sim para um público que parou de apostar. Enquanto a ida ao cinema for guiada apenas pelo reconhecimento de marca, o espaço para risco continuará diminuindo. E, sem risco, o cinema se torna inevitavelmente mais previsível, menos diverso e cada vez menos relevante.

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