O Barco de Hjortspring: Um Segredo Desvendado
O barco de Hjortspring, afundado há cerca de 2.400 anos na ilha de Als, na Dinamarca, é um dos mais antigos barcos de madeira conhecidos da Escandinávia. Com quase 20 metros de comprimento, era capaz de transportar 24 tripulantes, além de armas e equipamentos. Recentemente, um estudo publicado na revista PLOS One revelou que a embarcação pode ter sido construída longe dali, indicando um ataque planejado por guerreiros que cruzaram longas distâncias marítimas.
A tripulação do barco viajou centenas de quilômetros por mar para lançar seu ataque a Als, no sul da Dinamarca. Após a derrota, o barco foi afundado deliberadamente em um pântano como oferenda ritual, um gesto de agradecimento pela vitória dos defensores da ilha de Als. O barco foi preservado nesse ambiente único com baixo teor de oxigênio por mais de 2.000 anos, tornando-o o único exemplo preservado de um desses barcos que temos.
Descobertas Centrais
A nova pesquisa traz três descobertas centrais. A primeira é cronológica, por meio da datação por radiocarbono de cordas preservadas feitas com fibras de tília. A segunda é sobre a origem da embarcação, que foi revelada por análises químicas do material de calafetagem. A terceira descoberta é uma marca pessoal, uma impressão digital humana encontrada em um fragmento do selante utilizado no barco.
- A datação por radiocarbono das cordas preservadas indica que o barco foi construído entre os séculos 4 e 3 a.C., durante a Idade do Ferro.
- A análise química do material de calafetagem sugere que o barco pode ter sido construído em regiões mais orientais e ricas em pinheiros, como o norte da Polônia, Bornholm, Gotland ou áreas costeiras da Suécia.
- A impressão digital humana encontrada no fragmento do selante é um registro raríssimo para o período e um vestígio direto de um dos artesãos que construíram ou repararam a embarcação.
Conclusão
O estudo do barco de Hjortspring amplia a compreensão sobre a história naval da Escandinávia, sugerindo que povos nórdicos já realizavam longas viagens pelo Mar do Norte e pelo Báltico em embarcações relativamente leves e abertas, muito antes da Era Viking. Além disso, a pesquisa ressalta o valor dos acervos museológicos e a importância de preservar esses artefatos para futuras gerações.
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