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Astrônomos japoneses podem ter detectado matéria escura pela primeira vez

Astrônomos japoneses podem ter detectado matéria escura pela primeira vez

Um estudo recente da Universidade de Tóquio, no Japão, publicado no Journal of Cosmology and Astroparticle Physics, reacendeu a esperança de uma detecção direta da matéria escura, um componente misterioso que é responsável por 85% da matéria do Universo.

A análise, liderada pelo astrônomo Tomonori Totani, investigou 15 anos de dados do Telescópio Espacial Fermi de Raios Gama, da Nasa, e revelou um brilho energético incomum envolvendo o halo da Via Láctea, que corresponde de maneira impressionante ao que se esperaria da aniquilação de partículas de matéria escura conhecidas como partículas massivas de interação fraca (WIMPs).

A história da matéria escura

A história da matéria escura remonta ao início da década de 1930, quando o suíço Fritz Zwicky observou que galáxias no Aglomerado de Coma se moviam rápido demais para permanecerem ligadas apenas pela massa visível. Décadas depois, nos anos 1970, Vera Rubin e colegas reforçaram essa hipótese ao constatar que as bordas das galáxias espirais giravam tão rapidamente quanto seus centros.

Embora a humanidade nunca tenha conseguido observar diretamente a matéria escura, os astrônomos viam apenas seus efeitos gravitacionais. Por não interagir com a força eletromagnética, a matéria escura não emite, não reflete e não absorve luz.

A detecção do halo de raios gama

Tomonori Totani concentrou sua análise nas regiões acima e abaixo do disco da Via Láctea, o chamado halo galáctico, onde a matéria escura encontra-se em maior abundância. Removendo da equação as emissões conhecidas de gás interestelar, os raios cósmicos e as estruturas energéticas gigantes, ele encontrou um componente residual de raios gama que “não deveria estar ali”.

O sinal observado formava um halo de raios gama com pico acentuado em torno de 20 gigaeletronvolts (GeV), exatamente a faixa prevista pela aniquilação de WIMPs com massa cerca de 500 vezes maior que a do próton.

Os principais pontos do estudo incluem:

  • A detecção de um brilho energético incomum envolvendo o halo da Via Láctea
  • A correspondência do sinal observado com a aniquilação de partículas de matéria escura
  • A necessidade de anos de análises independentes para confirmação

Embora o estudo seja um forte indício de emissão de raios gama proveniente da matéria escura, especialistas recomendam prudência devido à incerteza dos fundos astrofísicos.

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