Descoberta Arqueológica em Osijek, Croácia
Um antigo poço de água no leste da Croácia revelou um dos capítulos mais sombrios da história romana. Durante escavações arqueológicas em Osijek, onde outrora estava a cidade de Mursa, pesquisadores encontraram sete esqueletos de homens adultos, jogados sem cerimônia a cerca de três metros de profundidade.
As análises do material indicam que eles eram soldados romanos mortos em combate. Técnicas de arqueologia, antropologia física, análise isotópica, genética e estudo de traumas ósseos possibilitaram associar os achados à Batalha de Mursa, travada em 260 d.C., quando o Império Romano enfrentava um dos períodos mais turbulentos de sua existência.
Características dos Esqueletos
Os esqueletos estavam completos, mas foram depositados em posições irregulares. Alguns encontravam-se de cabeça para baixo, outros sobrepostos, por exemplo. Era quase como se eles tivessem sido atirados às pressas logo após a morte.
- A datação por radiocarbono e uma moeda encontrada entre os ossos — cunhada em 251 d.C. — situam o evento na segunda metade do século III, coincidindo com a Crise do Terceiro Século (235–284 d.C.).
- A análise antropológica revelou que todos os indivíduos eram homens adultos, com idades entre 18 e 50 anos.
- Os esqueletos mostravam uma robustez física incomum, além de marcas de esforço repetitivo em membros e coluna, típicas de pessoas submetidas a intenso treinamento físico, como soldados.
Ferimentos e Causas de Morte
Três dos sete esqueletos apresentavam traumas evidentes, incluindo ferimentos perfurantes e cortes profundos, indicando combate corpo a corpo e violência deliberada. Além disso, todos exibiam sinais de infecção pulmonar ativa no momento da morte, identificados por camadas de novo osso formadas nas costelas.
A análise genética trouxe uma revelação surpreendente: os indivíduos não tinham ligação com a população local da Idade do Ferro, mas exibiam origens diversas, refletindo a composição heterogênea dos exércitos romanos tardios.
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