Ângela Diniz: Quem foi Doca Street e o que aconteceu após julgamentos
A história de Ângela Diniz, uma socialite mineira assassinada em 1976, está sendo recontada na minissérie “Assassinada e Condenada” da HBO Max. A partir do terceiro episódio, a trama começa a mostrar como Ângela se envolveu com Raul “Doca” Fernandes do Amaral Street, o homem que a matou.
Ângela Diniz tinha um relacionamento aberto com o colunista social Ibrahim Sued, que a apelidou de “A Pantera de Minas”. Ela e o jornalista eram muito mais do que amantes, tinham uma relação de confiança e amizade. Foi através de Sued que Ângela conheceu Raul “Doca” Street, que trabalhava nas empresas da família Scarpa.
O caso de Ângela Diniz com Doca Street
A relação entre Raul e Ângela foi rápida e intensa. Do encontro na casa de Adelita Scarpa, em agosto de 1976, ao assassinato, em dezembro de 1976, foram apenas quatro meses. Doca Street abandonou o casamento com a herdeira da família Scarpa, enquanto Ângela deixou a relação romântica com Ibrahim Sued. Ela foi assassinada a tiros por Doca em 30 de dezembro de 1976, na Praia dos Ossos, em Armação dos Búzios.
Em 2006, 30 anos depois do crime, Doca lançou o livro “Mea Culpa”, onde deu sua versão sobre o caso e pediu perdão à família de Ângela. No livro, ele descreveu as últimas palavras da vítima e como o crime aconteceu.
O julgamento de Doca Street
O julgamento de Doca Street foi polêmico e entrou para a história como um símbolo da desvalorização da mulher. Na época, o crime de feminicídio não existia no Brasil e só virou lei em 2015. A defesa de Doca Street usou a tese da legítima defesa da honra, que não consta no Código Penal brasileiro, para justificar o crime e tentar inocentar o réu.
- No primeiro julgamento, em 1979, Doca foi condenado a apenas dois anos de prisão e saiu livre e ovacionado do tribunal.
- No segundo julgamento, em 1981, Doca foi condenado a 15 anos de prisão, dos quais cumpriu três em regime fechado, dois no semiaberto e dez em liberdade condicional.
Doca Street morreu em 18 de dezembro de 2020, aos 86 anos, após sofrer um ataque cardíaco. A minissérie “Assassinada e Condenada” explora como Ângela foi duplamente vitimada, sendo julgada e culpabilizada pelo próprio crime em um processo que expôs o machismo estrutural presente no Judiciário e na opinião pública da época.
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