Diabetes na Infância: Além da Dieta, o Local de Origem também Importa
O número de casos de diabetes tipo 2 (DT2) em crianças e adolescentes tem aumentado significativamente nas últimas décadas. De acordo com estudos, na década de 1990, apenas cerca de 1% a 2% dos jovens eram afetados, enquanto hoje cerca de 8% dessa população é afetada em nível mundial.
Uma pesquisa liderada por pesquisadores da Universidade Atlântica da Flórida, nos Estados Unidos, sugere que, além dos fatores genéticos, dieta e prática de exercícios físicos, o local onde a criança vive pode influenciar no risco de diabetes tipo 2. O estudo, publicado na revista científica Pediatric Research, analisou dados da Pesquisa Nacional de Saúde Infantil dos EUA de 2016 a 2020.
Os pesquisadores coletaram dados de mais de 174 mil crianças, incluindo 50 mil que tinham até 6 anos de idade. Além de analisar fatores como dieta e atividade física, eles também examinaram as condições dos bairros onde as crianças viviam, a saúde dos cuidadores, a segurança alimentar e a participação em programas assistenciais do governo.
- Os pesquisadores notaram que o diagnóstico de diabetes tipo 2 estava significativamente associado à presença de uma biblioteca no bairro de residência, o que pode incentivar um comportamento mais sedentário.
- Problemas com resíduos de lixo e vandalismo foram relatados como problemas na vizinhança e foram associados ao aumento do risco de diabetes tipo 2.
- A participação em programas assistenciais do governo, como o acesso a refeições gratuitas, foi associada ao aumento da ingestão de alimentos ultraprocessados, que podem aumentar o risco de diabetes tipo 2.
Os pesquisadores concluem que fatores ambientais e alimentos pouco nutritivos devem ser considerados como um risco para diabetes tipo 2. Além disso, eles reforçam a importância da prevenção e detecção precoce para salvar o futuro das crianças.
A obesidade continua sendo um dos principais fatores para diabetes na infância, e as crianças com sobrepeso têm quatro vezes mais chance de desenvolver a doença aos 25 anos em comparação com crianças com peso normal.
Os pesquisadores recomendam que as crianças deixem de consumir bebidas açucaradas com frequência e que sejam criados ambientes mais saudáveis nos bairros. Além disso, é fundamental investir em políticas que promovam o bem-estar a longo prazo desde o início da vida.
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