Abutres Esconderam Artefatos Raros em Seus Ninhos
Os abutres são conhecidos por seus hábitos carniceiros, mas uma característica menos conhecida é que eles podem ser muito apegados aos seus ninhos. Algumas espécies retornam aos mesmos locais para colocar seus ovos por anos e até reutilizam os ninhos ao longo de gerações. Isso leva à preservação de muitos materiais, incluindo vestígios de artefatos humanos.
Um estudo publicado na revista científica Ecology apresentou o trabalho de recuperação de 200 artefatos humanos em ninhos de abutres-barbudos no sul da Espanha. Entre os materiais encontrados, alguns chegam a 650 anos de idade, incluindo uma sandália e um fragmento de couro de carneiro.
Ninhos Arqueológicos
Os abutres-barbudos são uma espécie ameaçada de extinção na região do Mediterrâneo. No entanto, muitos de seus ninhos ainda são encontrados em cavernas protegidas de montanhas e penhascos, que são ideais para a preservação de artefatos. Os cientistas investigaram a história dos ninhos e encontraram relatos de velhos moradores locais sobre as histórias dos abutres-barbudos.
Os ninhos dos abutres são construídos dentro de cavernas, ambientes que mantêm um microclima frio e seco, ideal para a preservação de artefatos e dos próprios ninhos. Ao examinar 12 ninhos compostos, os cientistas encontraram 2.117 ossos, mas cerca de 9% dos vestígios eram de origem humana, provavelmente transportados até as cavernas pelos próprios animais durante a construção e a reforma de seus ninhos.
- 72 pedaços de couro
- 129 pedaços de tecido
- 25 itens feitos de esparto (uma planta fibrosa)
Esses materiais estavam preservados nas formas de artefatos como uma sandália, um estilingue, cordas e fragmentos de cestos. Com técnicas de datação por radiocarbono, os pesquisadores estimaram que os objetos descobertos variam entre 150 e 675 anos de idade.
Estudar os ninhos dos abutres-barbudos abre possibilidades em várias frentes, incluindo a colaboração para esforços de conservação de uma espécie de abutre ameaçada de extinção. Além disso, o estudo dos ninhos pode ajudar a compreender como o ser humano interage com o ambiente, encontrando objetos antigos e materiais de descarte que revelam informações sobre hábitos humanos.
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