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A JORNADA DE PALOMA FAITH: MUITO ALÉM DA MÚSICA

Enquanto alguns artistas do mundo da música preferem viver de forma discreta, outros conseguem desenvolver uma carreira multifacetada, expandindo sua voz para muito além dos palcos. Paloma Faith é um desses exemplos. Cantora premiada, mas também escritora, podcaster, ativista social e mãe, ela construiu nos últimos anos uma trajetória que mescla arte, vulnerabilidade e engajamento político.

De álbuns confessionais a livros de memórias, de podcasts intimistas a causas humanitárias, Paloma Faith vem mostrando que sua jornada é também um manifesto de autenticidade. A artista se tornou uma das vozes mais interessantes da cena cultural britânica, não apenas pela música, mas pela capacidade de transformar a própria vida em narrativa pública, conectando-se com fãs de forma única.

O sucesso que apresentou Paloma Faith ao mundo

“Only Love Can Hurt Like This” foi o divisor de águas na carreira de Paloma Faith. Lançada em 2014 como parte do álbum A Perfect Contradiction, a música foi escrita pela compositora Diane Warren, responsável por clássicos interpretados por nomes como Whitney Houston e Aerosmith. A canção foi escolhida especialmente para Faith por sua dramaticidade, que se encaixava perfeitamente no estilo vocal da artista.

O impacto foi imediato: a faixa se tornou o single mais vendido da carreira da cantora, alcançando o top 10 no Reino Unido e conquistando enorme popularidade também na Austrália, onde chegou ao primeiro lugar das paradas e recebeu múltiplas certificações de platina. No YouTube, o videoclipe ultrapassa hoje a marca de 200 milhões de visualizações, consolidando a obra como sua assinatura artística.

Mais do que números, o sucesso mostrou a força de Paloma Faith em reinterpretar a tradição da soul music com um viés contemporâneo, transformando vulnerabilidade em espetáculo. Foi essa faixa que abriu as portas para que o público global conhecesse de perto a potência emocional de sua voz — uma canção que, até hoje, permanece entre as mais pedidas na programação da Antena 1. Recorde abaixo:

 

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Entre livros e confidências

 

 

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Uma publicação compartilhada por Paloma Faith (@palomafaith)

A trajetória de Paloma Faith nos últimos anos extrapola os limites da música. Em 2024, a artista lançou o livro “MILF”, um memoir que rapidamente se tornou um Sunday Times Bestseller.

A obra nasceu de um desejo pessoal: registrar as transformações que a maternidade trouxe para sua vida, somadas ao turbilhão emocional de um divórcio recente e da necessidade de conciliar carreira artística com as demandas da vida cotidiana. Paloma sentiu que muitas das suas angústias e descobertas eram partilhadas por outras mulheres, mas raramente ditas em voz alta — especialmente por figuras públicas.

Motivada por essa lacuna, decidiu transformar vulnerabilidade em narrativa. No livro, ela aborda temas como feminilidade, autoestima, maternidade real (com seus desafios diários), sexualidade após a chegada dos filhos e os dilemas de envelhecer sob os holofotes. O resultado é um relato direto e por vezes desconfortável, mas também acolhedor, que une franqueza e sensibilidade em doses iguais.

Com isso, Paloma Faith estabeleceu um novo elo com sua audiência: não mais apenas como cantora, mas como mulher que compartilha suas fragilidades, dúvidas e conquistas. Sua escrita se tornou um espaço de identificação para uma geração de leitoras e leitores que, ao abrir o livro, encontram não apenas a artista, mas a pessoa por trás da voz.

Voz também nos podcasts

A cantora também encontrou nos podcasts um novo espaço de expressão. Em “Mad, Sad & Bad”, lançado em 28 de janeiro de 2025, Paloma Faith mergulha em conversas sobre emoções e reflexões que atravessam a vida cotidiana, a política e as vulnerabilidades humanas.

O programa segue ativo, com novos episódios semanais às terças-feiras, e já conta com quase trinta publicações. O formato intercala entrevistas com atores, músicos, comediantes e pensadores, além de episódios mais íntimos com familiares e amigos. A proposta é simples e poderosa: discutir momentos em que os convidados se sentiram “loucos” (mad), “tristes” (sad) ou “ousados/imperfeitos” (bad), explorando o aprendizado por trás dessas experiências.

Essa presença multiplataforma reforça a ideia de uma artista que não se contenta com a zona de conforto, buscando novas linguagens para se aproximar do público e compartilhar sua visão de mundo com a mesma autenticidade que marca sua música.

Engajamento e ativismo social

Fora dos palcos, Paloma Faith tem se dedicado a causas humanitárias e ambientais. Colaborou com organizações como Oxfam e Greenpeace, participou de missões em regiões de crise e levantou sua voz em defesa de vítimas de guerras e desigualdades. Recentemente, posicionou-se em defesa da Palestina e de outras causas humanitárias, deixando claro que entende sua visibilidade como uma responsabilidade. Além disso, sua identificação como aliada da comunidade LGBTQIA+ reforça a coerência entre seu discurso público e seu posicionamento nas redes sociais, onde faz questão de destacar bandeiras de inclusão e diversidade.

Vida pessoal como inspiração artística

A vida pessoal de Paloma Faith também foi motor criativo. O rompimento com Leyman Lahcine, com quem ela esteve em relacionamento de longa data (desde cerca de 2012) e teve duas filhas, ocorreu em 2022. Esse término serviu de pano de fundo para o álbum The Glorification of Sadness (2024), no qual Faith explora os sentimentos do fim de relacionamento, o impacto da maternidade, a ressignificação da identidade e a densidade emocional de estar cuidando de duas crianças enquanto lida com frustrações e expectativas não cumpridas.

Entre faixas confessionais como “How You Leave a Man”, que fala sobre encontrar a força para se afastar quando amar não basta, e colaborações como “Pressure” com Kojey Radical, o álbum revela uma artista disposta a expor fragilidades sem perder a força. Essa narrativa ecoa junto ao público que encontra em suas canções mais do que melodias: encontra identificação, acolhimento e validação para suas próprias dores e esperanças.

Uma artista além da música

Crédito da imagem: foto publicada pela artista em suas redes sociais em 3 de outubro de 2023.

A jornada de Paloma Faith mostra que ela é muito mais do que a intérprete de grandes sucessos. Escritora, podcaster, ativista e mãe, construiu uma trajetória que dialoga com questões profundas da vida contemporânea, sem perder o vínculo com a emoção que a música proporciona.

Agora você já sabe: toda vez que ouvir “Only Love Can Hurt Like This” na programação da Antena 1, vai lembrar que por trás daquela voz marcante existe uma mulher que transformou sua própria história em arte, deu voz a causas sociais, inspirou gerações e mostrou que a música pode ser apenas o ponto de partida para uma carreira muito mais ampla.