Risco de crises alimentares se agrava em todo o mundo
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (WFP) publicaram um relatório que alerta sobre o estado da segurança alimentar global. O documento identifica 16 regiões do mundo onde o risco de crises alimentares graves pode desencadear emergências humanitárias de grande magnitude se não forem tomadas medidas urgentes e coordenadas.
Os conflitos armados são a causa central de insegurança alimentar na maioria dos países apontados. A violência prolongada, a destruição de terras cultiváveis, os deslocamentos em massa e o bloqueio de corredores humanitários reduzem drasticamente o acesso a alimentos. O Sudão, o Iêmen e a Palestina são alguns dos cenários mais críticos, onde milhões de pessoas ficaram presas em zonas onde mercados entraram em colapso e a distribuição de ajuda é praticamente impossível.
Causas da insegurança alimentar
- Conflitos armados: reduzem o acesso a alimentos e paralisam economias;
- Choques econômicos: multiplicam a vulnerabilidade, aumentando o preço dos alimentos e reduzindo o poder aquisitivo das famílias;
- Crise climática: um fator estrutural que afeta a agricultura e a produção de alimentos;
- Déficit no financiamento de ajuda humanitária: compromete a capacidade de agir a tempo e evitar a deterioração maciça prevista para 2026.
A crise climática é um fator estrutural que já não atua como um fenômeno excepcional, mas como um impulsionador da vulnerabilidade. Secas prolongadas, inundações repentinas, ciclones e ondas de calor afetam recorrentemente regiões cuja agricultura depende em grande medida das precipitações sazonais. O “Chifre da África” é o caso mais evidente, onde milhões de pastores e agricultores perderam seus rebanhos e suas colheitas, provocando deslocamentos em massa e um aumento drástico da dependência de programas nutricionais.
Consequências e soluções
A insegurança alimentar torna-se tanto um sintoma quanto uma causa de instabilidade, com efeitos sobre a saúde pública, o funcionamento das economias locais e os movimentos migratórios. A interdependência dos mercados globais implica que as crises alimentares nos 16 pontos críticos de fome identificados repercutem em regiões muito distantes deles, gerando tensões adicionais em países importadores e economias vulneráveis.
Investir em meios de subsistência, resiliência e proteção social antes que a fome atinja seu pico será “um investimento inteligente em paz e estabilidade a longo prazo”. O apoio à agricultura, como sementes, saúde dos rebanhos ou ações preventivas, é essencial para estabilizar a produção de alimentos e reduzir a dependência da ajuda de emergência.
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