Batman Returns: Um Clássico Natalino Esquecido
Entre os muitos filmes ambientados no Natal, poucos conseguem capturar o espírito da data de maneira tão única quanto Batman Returns. A estética sombria de Tim Burton se mistura com enfeites, neve e celebrações públicas para criar uma Gotham que parece saída de um conto festivo distorcido.
O filme mantém uma aprovação de 82% no Rotten Tomatoes, um reconhecimento que reforça sua força como uma obra que atravessou décadas. Uma das razões para isso é a forma como o longa dialoga com a tradição natalina, especialmente com a obra “Os Fantasmas de Scrooge” de Charles Dickens.
Paralelos com “Os Fantasmas de Scrooge”
Max Shreck, interpretado por Christopher Walken, representa o avarento absoluto, movido por interesse próprio e incapaz de enxergar a humanidade ao seu redor. Já o Pinguim, interpretado por Danny DeVito, ecoa o espírito atormentado que carrega marcas do passado e retorna para espalhar dor em vez de redenção.
- Max Shreck: o avarento que não vê a humanidade ao seu redor
- O Pinguim: o espírito atormentado que carrega marcas do passado
- Mulher-Gato: o “fantasma” do presente, imprevisível e sedutora
Essa dinâmica cria uma leitura clara em que os antagonistas não são apenas obstáculos, mas reflexos distorcidos da parábola natalina eternizada por Dickens. A trama se desenrola em meio a enfeites, corais, árvores gigantes e cerimônias públicas, transformando Gotham em um palco para um teatro natalino sombrio.
Um Clássico Natalino Esquecido
Batman Returns é perfeito para o Natal, pois a cidade funciona como consciência coletiva, onde o público observa Bruce Wayne dividido entre proteger Gotham e enfrentar seus próprios fantasmas emocionais. As luzes piscam, os corais cantam, o visco surge em momentos decisivos e até o tradicional “Merry Christmas” aparece como comentário irônico sobre a falha natureza humana.
O encerramento reforça o tom melancólico que sempre acompanhou a obra de Burton. A cidade volta a celebrar, mas seus habitantes carregam perdas, lições e sentimentos inconclusos. O clima natalino funciona como conclusão simbólica para uma história sobre escolhas éticas, solidão e pequenos gestos de humanidade.
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