Gisele Bündchen: Uma História de Beleza e Resiliência
Gisele Bündchen é um nome que não precisa de apresentações. Com uma carreira que já dura décadas, ela se tornou um ícone da moda e um exemplo de como a beleza pode ser mais do que apenas uma questão de aparência. Em seu livro “Aprendizados”, Gisele compartilha sua história de superação e autoconhecimento, mostrando como ela conseguiu criar um espaço para a “deusa” que habita dentro dela.
A história de Gisele é uma de transformação. Desde sua infância em Horizontina, no Rio Grande do Sul, ela sempre teve um desejo de se destacar e fazer algo mais. Com o apoio de sua família, ela começou a modelar e logo se tornou uma das mais procuradas do mundo. No entanto, sua jornada não foi fácil. Ela enfrentou rejeições e críticas, mas nunca desistiu.
Uma Menina que Abriu Espaço para a Deusa
A autora Carla Madeira descreve Gisele como uma “menina que abriu espaço para a deusa”. Essa frase resume perfeitamente a história de Gisele, que conseguiu criar um espaço para a sua verdadeira personalidade brilhar. Com sua beleza e carisma, ela conquistou o mundo da moda, mas também enfrentou desafios pessoais, como a depressão e a separação.
No entanto, Gisele nunca perdeu de vista o que é importante. Ela sempre priorizou sua família e sua saúde, e encontrou maneiras de se conectar com a natureza e com ela mesma. Sua dedicação à causa ambiental é inspiradora, e seu compromisso com a saúde e o bem-estar é um exemplo para muitas mulheres.
Lições de Vida
A história de Gisele nos ensina que a beleza é mais do que apenas uma questão de aparência. É uma questão de autoconhecimento, resiliência e determinação. Ela nos mostra que é possível superar obstáculos e criar um espaço para a nossa verdadeira personalidade brilhar.
- A importância de se conectar com a natureza e com ourselves
- A necessidade de priorizar a saúde e o bem-estar
- A capacidade de superar obstáculos e criar um espaço para a nossa verdadeira personalidade brilhar
Em resumo, a história de Gisele Bündchen é uma inspiração para muitas mulheres. Ela nos mostra que a beleza é mais do que apenas uma questão de aparência, e que é possível criar um espaço para a nossa verdadeira personalidade brilhar.
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Ela está vindo. Os quadris desenham a partitura no ar e a música nos toca – Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça… num doce balanço a caminho do mar. Ela pisa com o pé direito na imensidão e, como uma Vênus de Botticelli, nasce.
Ela, a camaleoa. Aquela que, no inverno, quase sem roupa, tem os pés firmes no iceberg. A que mergulha no verão e acende o sol em quem a contempla. Já é outono e outra vez primavera, e Ela está na capa das revistas. Está na Vogue. Está no mundo. Já sabe ser muitas: a garota tímida, a mulher atrevida, a soldada, a estudante, a de terno e gravata. Seda, látex, fio dental. Está nua e nos faz corar.
Sabe piscar cílios postiços em festa, ornar-se com peruca ruiva, cachos em cascata, fios de ouro nos cabelos inatingíveis. Tigresa e sereia – já pode ser todas as criaturas vivas. E esse espaço infinito de possibilidades, lúdico, divertido, lhe foi dado pela menina que, aos 14 anos, movida desde sempre pelo desejo de voltar, foi viver sozinha no vasto e competitivo mundo da moda. Essa menina, tão menina, conhecia amor de pai, de mãe e ninho de irmãs; ainda assim, se contraiu para abrir espaço e deixar nascer a deusa.
Gisele Bündchen veste Dior na capa da Vogue Brasil de dezembro 2025
Vogue Brasil/ Lufré
Saiba mais
O sentimento de ser duas, narrado por Gisele em seu livro Aprendizados, me lembrou o conceito Tzimtzum, da tradição mística judaica, que oferece uma visão sobre a criação do mundo, em que foi necessário que Deus se contraísse para dar espaço ao que é finito e imperfeito na humanidade.
No nascimento d’Ela, a Gisele das passarelas, a que se metamorfoseia diante das lentes, deu-se exatamente o contrário: a humanidade frágil de uma menina abriu espaço para o imenso da deusa.
Gisele usa top e saia Chloé
Vogue Brasil/ Lufré
Quem é capturado pelo brilho d’Ela intui o barro de que foi feita. Seu olhar tem a força do que insiste; nele brilha o desejo urdido na experiência da recusa. Sim, Gisele foi rejeitada: grande demais para os meninos, seios demais, nariz demais, olhos pequenos – “Ah, tá!”, dizem os mortais em uníssono –, mas sentimentos como esses não se submetem à lógica das expectativas que o mundo cria ao nos olhar de fora. A dor é de quem a tem, e Gisele tinha íntimas ressalvas sobre a própria aparência. Somavam-se a isso angústias de outra natureza: a menina, tão menina, tomou para si o propósito de transformar a vida da família. Por amá-los demais, levou com ela o peso emocional de não decepcioná-los. Somente ao atravessar essas trincas – que se fazem com o que nos angustia e machuca –, a luz vira brilho. Há muitas belezas por aí, feitas de simetria e perfeição, que jamais serão eternizadas. Cabe aqui a metáfora mais comezinha: doce sem sal não se torna inesquecível.
Nunca saberemos ao certo o que impulsiona trajetórias como a de Gisele Bündchen. Tantas sincronias precisam ser orquestradas para que o espetacular aconteça: força interna, genética, trabalho, oportunidades. Não obstante, há sempre aquele momento mágico, raro, imprevisível, inexplicável – onde tudo começa a ser irreversível.
Gisele usa body, saia e sapatos Alaia
Vogue Brasil/ Lufré
Talvez tenha sido o desfile de Alexander McQueen, em Londres, 1998. Depois de ser recusada em 41 dos 42 castings que fez, Gisele entra na passarela usando apenas uma saia; os seios nus, maquiados de branco, são de uma beleza desconcertante. Ela pensa no pai: e se ele a visse assim, tão exposta? O coração aperta. Começa a chover – a imagem eterniza o brevíssimo e mágico instante –, da cortina de água surge a deusa, enquanto a lágrima da menina transborda toda a saudade de Horizontina.
“Nada nos protege da beleza”, diz o narrador de meu novo romance ainda não publicado. A beleza tem a força do que não podemos recusar. É uma experiência solitária que se completa no exato momento em que nos abala. Somos reiniciados. Encarnamos. E, desmedidos, sentimos que estamos para sempre perdidos – ou abençoados.
Gisele usa blusa e saia Saint Laurent
Vogue Brasil/ Lufré
Em seu livro História da Beleza, Umberto Eco nos faz ver que “o belo tem um laço estreito com o bom”. Nossa ideia de inferno, por exemplo, não é apenas a de “um inferno ético e religioso, mas a de um inferno estético”. O inferno é, por excelência, o lugar onde não há espaço para o belo. E não há lugar para o inferno na vida de Gisele. Ela conhece o amor. Teve o privilégio da boa infância, de ter um pai que trouxe a música para dentro de casa; de ter irmãs a quem chama por apelidos de duas sílabas – Raque, Fofa, Pati, Gabi, Fafi; e de ter na mãe uma referência de mulher independente, que organiza e conduz a família com afeto e firmeza.
Com tanta gente em casa, Gisele aprendeu a ter empatia. Aprendeu que, no outro, existe um mundo inteiro a ser respeitado – e isso vale para todas as formas de vida.
Defender a natureza é seu jeito ativo de estar no mundo. Nele, deusa e menina se fazem mulher inteira, ciente do seu poder de fazer alguma coisa quando é tomada pelo sentimento de que precisa fazê-la. Seus movimentos são consistentes e unem influência global e ações concretas em defesa das águas, das florestas, dos bichos, da vida. Uma rápida busca no Google trará grandes coisas a serem apreciadas – e também momentos em que foi preciso aprender.
No entanto, quero falar do pequeno gesto – aquele que infiltra no cotidiano o que é belo e bom. Gisele trata o próprio corpo com o respeito de quem entendeu que é parte da natureza que ama. Como modelo, ofereceu ao mundo da moda a visão transformadora de que uma boa saúde pode ser uma bela estética. Trouxe suas curvas para a passarela, a pele ensolarada, a energia dos movimentos e a convicção de que ter saúde é o melhor jeito de estar viva. Essa é uma verdade que sentiu na pele e que nunca mais a largou. Gisele viveu uma depressão paralisante, que superou trazendo para o dia a dia alimentação saudável, atividade física e uma conexão delicada consigo mesma. Nem sempre é fácil, mas ela não foge à luta.
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Em 2022, terminou um casamento que parecia perfeito aos olhos do mundo. Perder um amor dói como poucas coisas, mas perder-se de si mesma é morte lenta. Uma família linda seguirá sendo linda mesmo depois de uma separação. Ao tirar forças dessa compreensão, Gisele – mãe de três filhos nascidos em casa, de parto normal, amamentados e ensinados a olhar nos olhos de quem encontram pelo caminho – talvez possa inspirar mulheres que se sentem tristes, sozinhas e vulneráveis dentro de relações que já não lhes fazem bem.
Quando perguntei a ela qual foi o momento mais emocionante de sua vida profissional, Gisele não teve dúvidas: participar da abertura das Olimpíadas no Brasil.
Mirem: ela está vindo.
Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça…
O salto é enorme, ela teme tropeçar, mas encontra o passo; uma luz a impulsiona pelas costas, e ela pisa nos astros como quem flutua – nem distraída, nem desastrada –, atravessa a passarela infinita sobre o gramado, solo sagrado, Brasil brasileiro… num doce balanço a caminho do mar. É quando o país inteiro faz como Diego, o garoto do belo conto de Eduardo Galeano, que, ao ver o mar pela primeira vez, diante de sua imensidão, pede ao pai: “Me ajuda a olhar”.
Nada nos protege da beleza.
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