Um Golpe de Estado no Mundo das Abelhas
Uma nova pesquisa revelou uma estratégia perturbadora utilizada por insetos parasitas para dominar colônias de abelhas. Esses parasitas são capazes de convencer as operárias a matar a própria rainha, que é sua mãe biológica. Essa descoberta foi publicada na revista Current Biology e expõe um comportamento descrito como um “novo patamar de exploração” que surpreende até os especialistas nas complexidades evolutivas e sociais dos insetos.
O parasitismo social é uma estratégia na qual abelhas, vespas e formigas exploram colônias alheias para benefício próprio. Algumas espécies sequestram crias de outras para reforçar sua força de trabalho, enquanto outras delegam a criação de seus filhotes a colônias hospedeiras. No entanto, o caso agora documentado se destaca por sua crueldade calculada.
O Processo de Invasão
A rainha invasora infiltra-se no formigueiro disfarçada, revestindo-se dos odores característicos da colônia hospedeira. Uma vez aceita entre as operárias, ela localiza a rainha legítima e lança sobre ela jatos de um fluido abdominal ácido e fétido, provavelmente rico em ácido fórmico. A substância mascara o cheiro da monarca e a transforma em uma ameaça para as suas próprias filhas.
O restante é um desenlace rápido e silencioso. Enquanto a parasita recua, as operárias atacam aquela que já não reconhecem como mãe. Após o matricídio, a usurpadora retorna para assumir plenamente o trono: põe seus próprios ovos e direciona o trabalho da colônia até que todas as operárias originais desapareçam.
Matricídio no Reino Animal
Casos de matricídio no reino animal são raros e normalmente associados a alguma vantagem evolutiva direta para a prole. No entanto, nesse caso, a equação é desigual: a única beneficiada é a rainha invasora, que evita o risco de iniciar uma colônia do zero.
A invasora não mata a matriarca com as próprias “mãos” devido aos perigos do confronto direto. Eliminar pessoalmente a rainha rival é um processo que envolve mutilações e uma longa morte por inanição ou esgotamento. Delegar o assassinato às próprias filhas da rainha hospedeira, portanto, não é apenas mais eficiente: é uma estratégia de sobrevivência.
- As rainhas invasoras utilizam um fluido abdominal ácido e fétido para mascarar o cheiro da rainha legítima.
- As operárias atacam e matam a rainha legítima após serem enganadas pela rainha invasora.
- A rainha invasora assume o trono e direciona o trabalho da colônia após o matricídio.
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