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Aditivos plásticos no oceano podem afetar organismos marinhos mesmo em baixas concentrações

Aditivos plásticos no oceano: um risco para organismos marinhos

Um estudo recente publicado na revista Anais da Academia Brasileira de Ciências revelou que a maioria dos aditivos comuns em plásticos de uso doméstico e industrial apresenta alta toxicidade para organismos marinhos, mesmo em baixas concentrações. Os pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) analisaram 25 artigos científicos que investigaram efeitos tóxicos de substâncias como bisfenol-A (BPA), alquilfenóis e ftalatos em organismos marinhos.

Os resultados mostraram que essas substâncias, usadas para conferir aos produtos plásticos características como flexibilidade ou resistência ao calor, apresentam um potencial tóxico mesmo em concentrações baixíssimas. O estudo identificou padrões preocupantes, com limiares de efeito na ordem de microgramas por litro (µg/L). O bisfenol-A (BPA) foi um dos compostos mais estudados e seus efeitos tóxicos começam a partir de 0,1 µg/L, atingindo organismos sensíveis como o mexilhão e a bolacha-do-mar.

Principais aditivos plásticos tóxicos

  • Bisfenol-A (BPA): encontrado em concentrações medianas de 0,022 µg/L em ambientes costeiros, mas algumas regiões estudadas chegam a registrar até 4,8 µg/L, valor 4700% acima do limiar tóxico.
  • Alquilfenóis: usados na fabricação de detergentes, cosméticos e produtos agrícolas, também se destacam pela alta toxicidade e tendência a se acumular nos tecidos animais.
  • Substâncias per e polifluoroalquil (PFAS): amplamente utilizadas em utensílios de cozinha antiaderentes, foram os únicos aditivos revisados com efeitos tóxicos em concentrações mais elevadas, na faixa de miligramas por litro.

Segundo os pesquisadores, boa parte desses compostos é desreguladora do sistema endócrino e pode causar desregulação hormonal em organismos aquáticos. Além disso, muitos dos químicos podem se acumular em tecidos e chegar aos humanos, passando pela cadeia alimentar.

Os autores concluem que as evidências disponíveis já indicam um potencial de risco ambiental significativo, mas destacam que os dados ainda são insuficientes para definir limites seguros de exposição. É fundamental que sejam realizadas novas investigações e implementadas políticas mais rigorosas de controle e regulação para mitigar os efeitos desses aditivos plásticos no oceano.

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