Daniela Mercury: Uma Vida de Música e Resistência
Daniela Mercury é uma artista que nunca se contentou em fazer música apenas para entreter. Com uma carreira que já ultrapassa quatro décadas, ela sempre usou sua arte como uma ferramenta de transformação e resistência. Seu 26º álbum, “Cirandaia”, é um exemplo disso, misturando rock, samba-reggae, forró, blues, piseiro e baladas para criar uma sonoridade única que reflete sua essência híbrida.
A escolha do título “Cirandaia” não foi aleatória. A ciranda, uma dança coletiva que só existe quando todos giram juntos, simboliza a essência do projeto, que fala sobre movimento, continuidade e pertencimento. O álbum é um trabalho que olha para o passado sem nostalgia e para o futuro sem medo, abordando temas como justiça climática, direitos dos povos originários e o papel da mulher na sociedade.
- Justiça climática: Daniela canta sobre a importância de proteger o planeta e garantir um futuro sustentável.
- Direitos dos povos originários: A presença de Ehuana e Davi Kopenawa Yanomami em uma das faixas destaca a luta pelos direitos dos povos indígenas.
- Papel da mulher na sociedade: Daniela aborda a força feminina e a ancestralidade afro-brasileira em canções como “É Terreiro”, inspirada na entidade Maria Padilha.
“Cirandaia” também é um álbum sobre autonomia e liberdade. Daniela Mercury sempre comandou sua própria carreira com independência, o que lhe dá liberdade, mas também muita responsabilidade. A capa do disco, assinada pela artista visual Jeane Terra, reforça essa dimensão simbólica, mostrando Daniela envolta pela natureza, como se fosse parte dela.
Para Daniela, a alegria é uma escolha política. Ela nunca quis fazer um carnaval alienado, mas sim um carnaval que pensasse, que questionasse, que incluísse. Essa visão atravessa todo o álbum, mesmo as canções de amor carregam subtexto social. “O amor também é político. Ele exige empatia, escuta, igualdade”, afirma.
Com “Cirandaia”, Daniela Mercury parece olhar para a própria história com ternura e força, consciente do legado que construiu e das causas que ainda quer abraçar. O resultado é um disco quente, plural e político, feito com a maturidade de quem ainda se permite experimentar. Como ela mesma diz, “A arte não muda o mundo sozinha, mas muda as pessoas. E as pessoas mudam o mundo”.
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