Como a IA e dunas de areia em Marte podem revelar a história do planeta vermelho
A inteligência artificial (IA) está revolucionando a forma como exploramos outros planetas. Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) desenvolveu uma técnica inovadora que permite estimar a força exercida sobre cada grão de areia em uma duna, utilizando imagens. Essa técnica, baseada em simulações numéricas e IA, abre uma nova janela para compreender a dinâmica das dunas e desvendar a história atmosférica de Marte.
O estudo, publicado na revista científica Geophysical Research Letters, se concentra nas chamadas “dunas barcanas”, estruturas que se formam quando o vento ou a água se movem em uma direção constante sobre uma superfície arenosa. Essas dunas podem ser observadas em diversos ambientes, desde o fundo de rios e mares até desertos terrestres e a superfície de Marte.
A técnica funciona da seguinte maneira:
- Os pesquisadores recriaram dunas em escala reduzida em um ambiente aquático de laboratório.
- Essas dunas foram observadas e simuladas por meio de modelos computacionais tridimensionais que reproduzem o comportamento real do fluxo e das partículas.
- A partir dessas simulações, foi possível gerar “mapas de força”, representações detalhadas que mostram como cada grão interage com o vento ou a água.
- As imagens reais das dunas foram combinadas com esses mapas e usadas para treinar um tipo de IA especializada em reconhecimento de padrões visuais.
Com essa técnica, os cientistas podem estimar a distribuição de forças sobre as partículas, inclusive em dunas com formatos que a IA nunca havia visto antes. Além disso, o método não se limita à areia, podendo ser aplicado a qualquer sistema granular, como gelo, sal ou partículas sintéticas.
No caso de Marte, as imagens captadas por sondas orbitais podem ser processadas para inferir a intensidade dos ventos passados e prever a evolução das dunas no futuro. Isso oferece uma nova forma de estudar a história climática e geológica do planeta vermelho, sem precisar coletar amostras diretamente.
Essa técnica tem o potencial de revolucionar a forma como estudamos Marte e outros planetas, permitindo-nos entender melhor a dinâmica das dunas e a história atmosférica do planeta vermelho.
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