Avanço na Pesquisa de Embriões em Laboratório
Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, alcançaram um marco significativo ao desenvolver estruturas semelhantes a embriões humanos capazes de produzir suas próprias células sanguíneas em laboratório. Esse feito representa um importante passo adiante na compreensão dos primeiros estágios do desenvolvimento humano e abre perspectivas para o tratamento personalizado de doenças do sangue.
A pesquisa, publicada na revista Cell Reports, demonstra a capacidade de gerar células-tronco sanguíneas fora do corpo, o que pode permitir, no futuro, que pacientes que necessitam de transplantes de medula óssea sejam tratados com células derivadas de seu próprio corpo, eliminando o risco de rejeição. Segundo Jitesh Neupane, autor da pesquisa, o modelo ajuda a entender como as células sanguíneas se formam durante a embriogênese humana, fornecendo novas ferramentas para o estudo do sistema imunológico e o desenvolvimento de medicamentos.
Método de Produção de Células
O método desenvolvido dispensa o uso de óvulos e espermatozoides, utilizando células-tronco humanas que podem ser criadas a partir de qualquer célula do corpo. A partir dessas células, os cientistas reproduziram algumas das estruturas e processos que ocorrem entre a terceira e a quarta semanas de gestação, formando as três camadas germinativas básicas do corpo humano: ectoderme, mesoderme e endoderme.
Essas estruturas auto-organizadas formam, em poucos dias, células cardíacas pulsantes e, posteriormente, manchas vermelhas indicam a presença de células sanguíneas em formação. As células-tronco sanguíneas obtidas dessas estruturas mostraram-se capazes de se diferenciar em vários tipos de células do sangue, incluindo glóbulos vermelhos e glóbulos brancos.
Perspectivas para o Futuro
De acordo com o professor Azim Surani, a capacidade de produzir células sanguíneas humanas em laboratório ainda está em estágios iniciais, mas já marca um passo significativo em direção a futuras terapias regenerativas. Essas terapias usam as próprias células do paciente para reparar e regenerar tecidos danificados, oferecendo novas esperanças para o tratamento de doenças.
É importante notar que o modelo foi projetado para não apresentar os tecidos que formam a placenta e o saco vitelínico em um embrião natural, eliminando o potencial teórico de se desenvolver em um feto ou dar origem aos tecidos que formam o cérebro. Com essa abordagem, os cientistas buscam avançar na compreensão do desenvolvimento humano e na busca por soluções inovadoras para doenças, sem ultrapassar os limites éticos da pesquisa.
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