Foi só um licuado. Banana, aveia, uma dose de energia matinal. Só que, no afã de organizar a cozinha enquanto pensava no e-mail que ainda não respondi, cortei o abacaxi antes da hora errada. Mudei o liquidificador de lugar… com tudo: base e copo. Resultado? Uma cascata cremosa escorrendo pela mesa, pelo chão, pelas minhas chances de manter a dignidade às 7h da manhã. Só não quebrei o copo porque, bom, sorte também ajuda os desatentos.
“A urgência é inimiga da precisão.”
— Sun Tzu (provavelmente antes de limpar o chão da cozinha)
Mas veja bem, não é só no café da manhã que a pressa arruina os planos. E nem só comigo.
Titanic, Boeing… e um gênio apressado
Sim, até o projeto do Titanic sofreu da famosa “síndrome do deadline”: a urgência em entregá-lo antes dos rivais resultou em testes apressados e aço de má qualidade. O resto é história. E tragédia.
A Boeing, na pressa de competir com a Airbus, acelerou a produção do 737 Max. Pulou etapas, simplificou processos. Resultado: falhas, dois acidentes fatais, milhares de vidas afetadas, bilhões perdidos.
E entre os gênios? Que tal Isaac Newton, que lançou seu Sistema do Mundo às pressas só para não deixar a glória a Edmond Halley. Resultado? Um volume cheio de erros, com partes mal explicadas — que ele só corrigiria depois, com mais tempo.
Pressa também apressa o ego.
Já outros souberam esperar
Leonardo da Vinci? Levava anos para terminar uma pintura. Dizem que deixava telas encostadas por semanas para olhar de novo e pensar: “Será que é isso mesmo?”
Fernando Pessoa escreveu:
“O que urge não presta. O que é urgente quase nunca é importante.”
E até Napoleão Bonaparte recomendava:
“Visto-me devagar, porque estou com pressa.”
Sim, o homem que invadia reinos sabia que pressa só funciona quando está vestida de método.
Um erro a 300km/h ou em 3 cliques
Se você leu Death Note, lembra quando Light Yagami começa a errar, não por burrice, mas por agir rápido demais? A mente brilhante se perde nas próprias artimanhas — e tudo desmorona.
Ou então a Red Bull, na F1 de 2021: depois de um pit stop recorde, tentaram repetir a façanha… mas esqueceram de prender bem a roda. Resultado? Abandono. Corrida perdida. A pressa virou pó na curva.
💥 E na vida real, com a gente?
Já comprou algo por impulso e depois se perguntou: “Pra quê mesmo?”
Estatísticas mostram que itens como massageadores para os pés, chapinhas de cabelo 7-em-1 e afiadores elétricos de facas estão no topo da lista dos produtos abandonados nas gavetas.
Por outro lado, há compras que se mostram verdadeiros “no-brainers”:
🔗 Essa garrafa térmica que mantém o café quente por 12h
🔗 Ou esse suporte de celular com carregador sem fio — útil até no trabalho
A diferença entre os dois tipos? Tempo para pensar.
⚠️ Clique rápido, arrependimento lento
Você já clicou em um link com pressa, seja em uma mensagem, e-mail ou anúncio?
Pois é. Em tempos de phishing e fraudes online, os criminosos contam com a sua pressa.
Eles apelam à emoção:
“Sua conta será cancelada em 1h!”
“Parabéns, você ganhou um cupom!”
“Última chance para garantir!”
Respira. Verifica. E se tiver dúvida: não clica.
A ciência e a literatura avisam
Daniel Kahneman, no premiado Rápido e Devagar: Duas formas de pensar, nos lembra que o cérebro impulsivo pode até ser útil para fugir de um leão… mas não para comprar, decidir, planejar.
E se quiser algo mais poético, leia Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf: um dia comum, uma mente acelerada, e os pequenos erros cotidianos tomando proporções gigantes.
🌿 Recado final: Desacelera
Antes de mover o liquidificador.
Antes de comprar.
Antes de clicar.
Antes de reagir.
A pressa não resolve — ela costuma atrapalhar.
Desacelerar é resistir à manipulação do tempo imposto.
Desacelerar é escolher com intenção.
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Você já viveu um “desastre por pressa”?
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