De Vítima a Réu: Como Pessoas que Ligam para a Polícia Podem se Tornar Suspeitas
Um estudo recente liderado por pesquisadores da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, revelou que pessoas que ligam para a polícia relatando situações violentas ou criminosas podem se tornar suspeitas do caso se houver falta de emoção e urgência no tom de voz. Essa descoberta pode levar a condenações injustas e é um problema que precisa ser abordado.
A pesquisa, que envolveu cerca de 300 policiais e 1.800 pessoas, identificou 5 comportamentos que podem fazer com que o interlocutor pareça suspeito: falta de urgência, emocionalidade, carga cognitiva, gerenciamento de impressões durante a ligação e manejo de informações. Os resultados mostraram que cerca de 4 em cada 5 participantes citaram a emoção como o comportamento mais frequente e decisivo para aumentar ou diminuir suspeitas.
Comportamentos Suspeitos
- Falta de urgência: quando o interlocutor não transmite um senso de emergência ou importância.
- Falta de emocionalidade: quando o interlocutor não expressa emoções ou sentimentos.
- Carga cognitiva: quando o interlocutor parece confuso ou hesitante.
- Gerenciamento de impressões: quando o interlocutor tenta criar uma boa impressão ou evitar uma má impressão.
- Manejo de informações: quando o interlocutor fornece informações de forma confusa ou incompleta.
Os pesquisadores também descobriram que as autoridades tendem a investigar mais e procurar evidências quando um indivíduo é considerado suspeito. No entanto, é importante lembrar que as ligações de emergência não devem ser usadas para culpar alguém, mas sim para buscar fatos e evidências.
O estudo também destaca a importância de considerar as diferenças culturais, de personalidade e de neurodivergência ao avaliar o comportamento de um indivíduo em uma ligação de emergência. A professora Jessica Salerno, do Departamento de Psicologia da Universidade Cornell, ressalta que “criar expectativas sobre o comportamento das pessoas em ligações para o 911 é perigoso” e que “as pessoas se comunicam de maneiras muito diferentes devido a diferenças culturais e de personalidade, neurodivergência, deficiências ou simplesmente ao intenso estresse da situação”.
O estudo conclui que é fundamental evitar que as pessoas erradas sejam suspeitas em primeiro lugar, em vez de esperar consertar a situação mais tarde. Isso pode ser feito ao considerar as complexidades do comportamento humano e ao evitar julgamentos precipitados.
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