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65% dos homens brasileiros afirmam que passaram a cuidar mais da aparência


Durante décadas, manter rotinas de cuidados com a aparência foi considerado como sendo uma atividade quase exclusivamente feminina. Mas esse cenário vem mudando nos últimos tempos — e a passos acelerados. Não à toa, em uma pesquisa encomendada pelo Grupo MedSystems ao instituto Opinion Box, 65% dos homens brasileiros afirmaram já terem se rendido a algum tipo de prática estética.
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O estudo avaliou 1.056 homens e mulheres, de 21 anos ou mais, pertencentes às classes sociais ABC, de todo o Brasil. Os voluntários responderam um questionário de 75 perguntas online, em dezembro de 2024. Da quantidade total de participantes, 48% eram do sexo masculino e 52% do sexo feminino. O intervalo de confiança foi de 95%.
Entre os entrevistados homens, 41% confirmaram manter uma rotina de cuidados diários, sendo que 48% relatam o uso de protetor solar, 37% usam hidratante e 28% mantêm uma rotina completa de limpeza facial.
Mais do que isso, 84% dos voluntários homens do levantamento indicaram que têm interesse em fazer algum procedimento ainda em 2025. Cerca de 14% deles relataram já ter feito preenchimento com ácido hialurônico e 21% apostado em procedimentos com tecnologias de ultrassom micro e macrofocado.
O que os homens procuram?
“Existe um aumento significativo da busca pela beleza masculina, principalmente por procedimentos minimamente invasivos”, afirma o cirurgião plástico Agnaldo Castro, especialista em cosmiatria, em comunicado enviado à imprensa. Esta tendência está cada vez mais visível nos consultórios médicos.
A naturalidade dos resultados figura como principal preocupação entre os homens que procuram por procedimentos estéticos. A maioria quer algo sutil, que melhore a expressão e traga um aspecto descansado. Entre as principais queixas estão os sinais de envelhecimento, como flacidez, perda de volume facial, olheiras profundas e excesso de pele na região dos olhos.
“Recebo muitos homens que acabam perdendo gordura facial e apresentando uma pele mais fina e marcada. Eles buscam tratamentos que restauram esse volume sem modificar sua identidade”, relata Castro. “Para isso, o conhecimento técnico é fundamental. A anatomia do rosto masculino é diferente da feminina. Exige uma abordagem específica para não comprometer traços viris, como mandíbula e queixo.”
Aquilo que antes era considerado um ataque à masculinidade, hoje parece representar uma forma de autocuidado. A quebra do preconceito em torno da vaidade masculina é um dos pilares dessa transformação e, com isso, a ideia de que o homem não se cuida está sendo posta em xeque.
Um novo modelo de masculinidade
Para o publicitário Gabriel Folszke, de 40 anos, o isolamento decorrente da pandemia de Covid-19 foi o ponto de virada quanto aos cuidados com a pele. “O uso intenso das videochamadas me obrigou a me olhar com mais frequência, e comecei a notar mudanças pequenas, como linhas de expressão e outros sinais do tempo. Isso foi um gatilho para que eu começasse a investir no autocuidado”, relata.
Desse momento em diante, Folszke lembra que passou a fazer visitas semestrais a dermatologista. Ele experimentou tecnologias de ultrassom micro e macrofocado e preenchedores de ácido hialurônico em áreas da mandíbula, maxilar, olheiras e bochechas.
“Não fiz nada exagerado, apenas o suficiente para me sentir mais disposto e inteiro. Foi uma forma de acompanhar o tempo sem perder de vista quem eu sou”, destaca o publicitário. “Cuidar da aparência virou reflexo de algo maior – é sobre se respeitar, e se permitir. Não tenho problemas em falar sobre isso com amigos, pelo contrário.”
Agnaldo Castro ressalta que o autocuidado não tem gênero. “Homens também envelhecem, também têm rugas, flacidez e olheiras – e têm todo o direito de querer tratar esses pontos com segurança e bom gosto”, avalia o médico. Para ele, essa abertura é um sinal dos novos tempos: a estética não deve ser vista como futilidade, mas, sim, como uma ferramenta de saúde particular, bem-estar e autoconfiança.