Fósseis encontrados em cavernas da região de Nullarbor, no sudoeste da Austrália, ajudaram na descoberta de uma nova espécie de marsupial “bettong”, um tipo de pequeno mamífero parente dos cangurus. Porém, de acordo com pesquisa publicada em 5 de setembro na revista científica Zootaxa, ela já pode ter sido extinta antes mesmo dos pesquisadores saberem de sua existência.
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Além da nova espécie, também foram identificadas duas subespécies de “woylie” (Bettongia penicillata) — animais nativos da Austrália Ocidental que estão dentro do grupo dos bettongs (do gênero Bettongia), também chamados de ratos-canguru.
Esses marsupiais estão criticamente ameaçados de extinção, com esforços de conservação das espécies sendo realizados há décadas.
A revisão do complexo de animais de Bettongia penicillata como um todo permitiu que os pesquisadores identificassem a nova espécie a partir de fósseis de crânios que anteriormente não haviam sido analisados em detalhes
Nellie Pease/Universidade de Curtin
Combinação de fósseis e genética
O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade Curtin, do Museu da Austrália Ocidental e da Universidade Murdoch, examinou fósseis de várias instituições para avaliar a diversidade de espécies de bettongs e woylies.
Medições de crânios e esqueletos, em conjunto com mapeamentos genéticos, ajudaram os cientistas a descrever características morfológicas únicas de cada subespécie de woylie estudada e do gênero como um todo. Assim, foi possível considerar a espécie recém-descoberta como autônoma da espécie Bettongia penicillata.
“Nossos resultados dividem o woylie criticamente ameaçado em duas subespécies vivas, o que é muito importante para a conservação, especialmente quando consideramos programas de reprodução e translocação para aumentar o tamanho e a viabilidade das populações” afirma Jake Newman-Martin, principal autor do estudo, em comunicado.
Inovação em métodos de pesquisa
A nova espécie descoberta em Nullarbor recebeu o nome científico de Bettongia haoucharae, porém os pesquisadores ainda procuram definir um nome colaborativo com povos indígenas da região, já que o termo “woylie” vem do grupo Noongar, nativo do sudoeste da Austrália.
Segundo os cientistas, as descobertas feitas no estudo destacam a necessidade de combinar abordagens diferentes ao avaliar a taxonomia desses animais, buscando incluir a análise de fósseis e não restringindo os estudos genéticos a indivíduos vivos.
O vídeo a seguir mostra mais detalhes sobre a pesquisa. Veja: