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“Montanha” onde nasceram as estrelas mais massivas já vistas é fotografada pelo telescópio James Webb


Nesta quinta-feira (4), a Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou um registro flagrado pelo Telescópio Espacial James Webb de uma das cenas mais impressionantes já registradas do nascimento de estrelas. O que à primeira vista parece o topo de uma montanha escarpada e iluminada por nuvens tênues é, na verdade, uma paisagem cósmica em erosão, esculpida pelos ventos intensos e pela radiação de estrelas gigantes recém-formadas.

Esse registro foca no jovem aglomerado estelar Pismis 24, que se encontra situado no coração da Nebulosa da Lagosta, na constelação de Escorpião. A cerca de 5.500 anos-luz de distância, ele é um dos berçários de estrelas massivas mais próximos da Terra e um laboratório natural para estudar como astros gigantes nascem e evoluem.
No centro do aglomerado brilha Pismis 24-1, uma estrela que já foi considerada a mais massiva do Universo conhecido. Hoje, sabe-se que ela é formada por pelo menos duas estrelas colossais: uma com 74 massas solares e outra com 66, ambas sendo classificadas pelos especialistas entre as estrelas mais brilhantes e pesadas já observadas. Veja vídeo publicado pela ESA:
Detalhes do registro
A imagem foi registrada em luz infravermelha pela NIRCam (Câmera de Infravermelho Próximo) do James Webb. O retrato revela milhares de estrelas semelhantes a joias, de diferentes tamanhos e cores, além de dezenas de milhares de astros da Via Láctea que brilham ao fundo. As maiores e mais luminosas aparecem com os característicos picos de difração de seis pontas.
Estima-se que as estrelas jovens e superaquecidas de Pismis 24 chegam a ter temperaturas oito vezes maiores que a do Sol. Sua radiação e ventos poderosos esculpem cavidades na nebulosa, criando espetaculares espirais de poeira e gás. Esses “dedos” cósmicos, com até 5,4 anos-luz de comprimento, não apenas resistem ao bombardeio estelar, mas também desencadeiam o nascimento de novas estrelas.
Na composição colorida da imagem, os tons de ciano indicam gás hidrogênio quente, laranja mostra poeira cósmica, e o vermelho profundo revela regiões de gás mais frio e denso. Esses elementos são interpretados pelos cientistas como os blocos fundamentais da formação estelar, que permitem com que a região atue como uma espécie de berçário.
Com essa nova visão, o James Webb não apenas entrega uma paisagem de tirar o fôlego, mas também amplia a compreensão de como as estrelas mais massivas do Universo surgem, brilham e remodelam o espaço ao seu redor.