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“É Urgente Reconectar a Tecnologia À Vida”, Afirma a Futurista Monika Bielskyte

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Nascida na União Soviética, criada na Lituânia e moradora de Joanesburgo, na África do Sul, a futurista, designer e pesquisadora Monika Bielskyte esteve no Brasil para participar do IT Forum Praia do Forte 2025, onde apresentou a palestra “Além do ciclo de hype: inovação resiliente”. Reconhecida por seu trabalho em imaginar futuros inclusivos, Monika desafia as narrativas tecnológicas dominantes, muitas vezes distópicas ou utópicas, com alternativas ancoradas em realidades centradas no desenvolvimento humano, ambiental e cultural. “É urgente reconectar a tecnologia à vida”, afirma.

Fundadora da plataforma ProtopiaFutures, Bielskyte defende que a construção de um mundo sustentável passa por incluir perspectivas historicamente marginalizadas, como as de pessoas com deficiência, neurodivergentes e comunidades do Sul Global. “Precisamos de roteiros melhores, e esses roteiros não devem incluir apenas palavras e manifestos. Precisamos de ações”, diz, ao destacar o papel da cultura e da criatividade na transformação social.

Consultora para empresas e instituições como Google, Microsoft, Fórum Econômico Mundial e Nike, Monika ela conecta ciência, ficção científica e ativismo para tornar as conversas sobre inovação mais acessíveis e engajadas. Confira a entrevista da futurista à Forbes Brasil:

Forbes Brasil – Como podemos imaginar futuros mais inclusivos e regenerativos?
Monika Bielskyte – O futuro não é algo que prevemos, mas algo que projetamos por meio dos nossos imaginários. O que está faltando são referências, histórias. Precisamos de roteiros melhores, e esses roteiros não devem consistir apenas de palavras e manifestos. Precisamos vê-los. Precisamos ver esses filmes, ouvir esses podcasts, assistir a esses documentários.

FB – Qual é o papel da ciência na construção desses futuros?
Monika – A ciência é a busca pela verdade. Ninguém ganha um Prêmio Nobel em ciência por se conformar com o dogma existente. O ponto de se tornar um cientista não é estar certo, mas continuar expandindo e desafiando os horizontes do seu conhecimento.

FB – O que podemos aprender com as culturas indígenas sobre inovação e futuro?
Monika – Entre a maioria das culturas indígenas, o Deus não vive no céu, mas a fonte da vida está no solo. A arte não existia como conceito separado. Cada dança, cada música, cada padrão era conhecimento codificado. A sabedoria vinha do poder da observação. E sinto que a ciência moderna está começando a voltar a isso.

FB – Como você vê o papel da tecnologia no mundo atual?
Monika – A tecnologia é apenas uma expressão da pesquisa científica. É uma ferramenta construída sobre ciência. Precisamos de tecnologia em serviço da vida, que não a substitua, mas a apoie. Precisamos de carros voadores, sim, mas para serviços de emergência em desastres naturais, não para substituir os helicópteros e operar apenas para os bilionários.

FB – Por que você acredita que a biologia é a última fronteira da inovação?
Monika – A fronteira final do avanço tecnológico é o corpo. A biologia é a coisa mais futurista que existe. Quando um robô for capaz de fazer o que um pequeno lagarto faz, como pular de um lado para o outro sem cair ou se machucar, neste momento poderemos falar sobre uma revolução.

com.br/">Forbes Brasil.