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A OpenAI anunciou a abertura de uma sede em São Paulo, Brasil, na última quinta-feira, 28 de agosto. “O primeiro escritório na América Latina marca um novo capítulo na expansão global da empresa”, diz Nicolas Andrade, diretor de políticas públicas da companhia responsável pelo ChatGPT para a região.
Com passagens pelo Facebook (Meta) e Zoom, o executivo afirma que o local permitirá a aproximação com a base mensal de mais de 50 milhões de usuários brasileiros. “O escritório terá, inicialmente, foco no Brasil e na América Latina, atuando como um hub para fortalecer nossa presença, desenvolver parcerias e impulsionar o ecossistema de inteligência artificial na região.”
Questionado sobre a escolha do Brasil para ser o país-sede da OpenAI na América Latina, Andrade responde: “O Brasil reúne três fatores cruciais: escala, inovação e talento. O país está entre os líderes na adoção de IA generativa e possui uma das maiores comunidades de desenvolvedores do mundo utilizando nossa API.”
Leandro Maciel, professor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), pontua que a chegada da organização é um sinal positivo para a economia brasileira e pode trazer benefícios para o país. “Uma aproximação com os desenvolvedores dessas tecnologias poderá estimular descobertas importantes e soluções inovadoras para problemas específicos da realidade brasileira.
Aline Sordili, especialista em transformação digital e inteligência artificial, menciona que, “além dos impactos positivos para o ecossistema local de tecnologia, startups e economia digital”, o novo escritório traz a “oportunidade de debater as questões regulatórias da IA”.
Maciel corrobora com a perspectiva: “Do ponto de vista regulatório, a presença da OpenAI no Brasil tende a intensificar o debate sobre a regulamentação do setor. À medida que novas aplicações e possibilidades se consolidam, é natural que os órgãos reguladores busquem compreender melhor as tecnologias e formas de garantir sua utilização responsável.”
Entre os pontos destacados pelos especialistas estão a proteção de dados, segurança e ética, direitos autorais, remuneração de produtores de conteúdo e transparência.
“É claro que surgem preocupações relevantes, mas historicamente o domínio tecnológico sempre foi um diferencial competitivo. Assim, compreender as potencialidades da IA, ao mesmo tempo em que se investe no desenvolvimento de novas soluções, será essencial para posicionar o Brasil de forma mais competitiva no cenário global”, finaliza o acadêmico da USP.
Para Sordili, o escritório representa um “avanço para toda a cadeia de inovação, produtividade econômica, capacitação profissional e amadurecimento regulatório, consolidando o país como polo estratégico para inteligência artificial.”
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