A memória de Marília Mendonça, uma das maiores vozes da música sertaneja, segue viva não apenas por seus sucessos já conhecidos, mas também por registros inéditos que permanecem guardados. Um pen drive com gravações caseiras da artista tornou-se o centro de uma disputa entre representantes da família e do legado da cantora, falecida em 2021.
De acordo com a colunista Naum Giló, do portal Metrópoles, o dispositivo contém entre 100 e 110 arquivos inéditos, incluindo rascunhos de composições, registros em voz e violão e até interpretações de músicas próprias e de outros artistas. O material foi organizado por Juliano Soares, o Tchula, parceiro e amigo próximo de Marília.
O empresário Wander Oliveira, responsável pela carreira de Marília durante anos, afirmou que não considera correto que o material pertença a ele ou a terceiros. Em entrevista, declarou ter doado sua parte nos direitos para o espólio de Léo, filho da cantora com o também cantor Murilo Huff.
“Para mim, o pen drive pertence ao Léo. Eu gostaria que, no momento em que ele tivesse entendimento, fosse entregue para ele, para decidir o que fazer. Esse é o verdadeiro legado da mãe dele”, disse Wander.
Segundo ele, no entanto, houve divergências após esse acerto inicial. “Ficou entendido que os meus 50% seriam doados ao espólio. Mas, duas semanas depois, o advogado da família estava na gravadora Som Livre negociando o pen drive”, contou.
Atualmente, as tratativas estão suspensas. O advogado da família, Robson Cunha, explicou que qualquer contrato envolvendo os direitos de Léo precisa, obrigatoriamente, da assinatura de Murilo Huff, o pai do garoto. “Ainda não houve essa assinatura, mas acreditamos que isso deve acontecer em breve. Assim, poderemos avançar com novos lançamentos de Marília”, afirmou.
Enquanto isso, tanto Murilo quanto Ruth Dias, mãe de Marília, não se manifestaram publicamente sobre a situação.
Marília Medonça: Posicionamento da gravadora
A Som Livre, que detém exclusividade sobre o catálogo musical da cantora, declarou em nota que é a única responsável por eventuais lançamentos futuros. A empresa reforçou que qualquer projeto será conduzido em conjunto com a família e o escritório da artista, sempre respeitando a memória de Marília Mendonça.
Vale lembrar que o repertório deixado por ela é vasto. Segundo Wander Oliveira, há músicas inéditas suficientes para 20 anos de lançamentos, além de registros de lives, como a famosa Serenata (2021), que originou o álbum Decretos Reais.