IAs no Celular e a Fotografia: Um Novo Capítulo

A integração da inteligência artificial (IA) nos processos de captura e edição de fotos e vídeos em celulares tem sido um dos principais focos nos lançamentos recentes. Essa tendência tem o potencial de mudar a forma como as narrativas são criadas, mas especialistas apontam que isso não é necessariamente algo ruim.

De acordo com Luca Pucci, fotógrafo de Moda e Publicidade, a distinção entre a captura e a realidade não é uma exclusividade dos tempos de IA. “A fotografia nasce mentirosa. Ela nunca foi um instrumento de mostrar a realidade pura. Sempre foi uma escolha — um enquadramento, uma percepção do artista, uma seleção do que fica dentro e do que fica fora.” Pucci destaca que a IA chega como uma forma de democratizar a técnica, com ajustes úteis em parâmetros como exposição e enquadramento de imagem.

IA e a Autenticidade da Fotografia

Mesmo com a facilitação na manipulação das imagens, Pucci ressalta que a autenticidade do ato de fotografar não se perde. No entanto, a facilitação na manipulação das imagens tende a aumentar a desconfiança nas imagens. “Vamos nos perguntar: qual porcentagem disso é real?”, aponta ele.

Além disso, a IA não significa que todas as fotos tendem a tomar uma mesma direção. Pucci destaca o papel do letramento visual como algo que pode ajudar bastante na composição das fotos. Regras básicas dos cursos de fotografia, como regra dos terços e proporção áurea, ainda podem fazer a diferença entre um resultado bonito e algo “padronizado”.

O Futuro da Fotografia com IA

O futuro da IA na criação e edição de fotos ainda é difícil de prever em detalhes. Carlos Sales, diretor de uma empresa de produção audiovisual, afirma que o processo criativo tem semelhanças em relação ao período “pré-IA”, mas agora demanda formatos novos. “Hoje, ainda não existe ‘jogar a ferramenta lá e sair perfeito’. Nunca tive um trabalho em IA aprovado pelo cliente sem intervenção manual. É possível gerar boas imagens, mas ainda requer refinamento.”

Sales também destaca que o futuro da fotografia com IA demanda discussões de caráter ético em relação ao uso da IA. “A IA é poderosa e perigosa, e por isso este é o momento de discutir limites, regular e entender os impactos”, completa ele.

• A IA está mudando a forma como as narrativas são criadas.
• A autenticidade do ato de fotografar não se perde com a IA.
• O letramento visual é fundamental para a composição de fotos.
• O futuro da fotografia com IA demanda discussões de caráter ético.

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