Longevidade: o Novo Símbolo de Status
A longevidade se tornou o tema do ano no universo do wellness, com uma crescente discussão sobre o assunto na última década. No entanto, em 2025, o termo “lifespan” (expectativa de vida) deu lugar ao termo “healthspan” (expectativa de saúde), que não se refere apenas a viver mais, mas a adicionar anos saudáveis à vida.
Anteriormente, o debate girava em torno de comer melhor, beber moderadamente, praticar exercícios e higiene do sono, controlar o estresse. No entanto, este ano, a conversa escalou para ferramentas que medem o bem-estar, como dispositivos vestíveis (smartwatchs, anéis e pulseiras de última geração que monitoram até os níveis hormonais e esforço cardíaco), exames de sangue, análises do microbioma.
Com as análises, vieram as opções de tratamento inovadores, que vão de células-tronco à câmaras hiperbáricas, de banhos de gelo à exossomos. A longevidade deixou de ser um tema restrito a médicos e cientistas para se tornar uma conversa do dia a dia.
- Ter acesso aos recursos para envelhecer com mais saúde se tornou objeto de desejo, símbolo de status, marcador de luxo.
- Marcas sofisticadas, de tecnologia e de bem-estar, colocam pessoas de 60, 70, 80 anos nas campanhas porque entenderam que esse público passou a ditar tendência, influenciar outras gerações e, principalmente, porque movimentam volumes financeiros enormes.
- O reflexo disso está no tamanho desse negócio: de acordo com o Global Wellness Institute, a economia mundial do bem-estar deve movimentar US$ 8,5 trilhões até 2027; enquanto um recente relatório do banco UBS projeta que o mercado global da longevidade deve alcançar US$ 7,8 trilhões até 2030.
A estética da juventude como símbolo de status vai perdendo protagonismo e passando o bastão para a maturidade cool, para a longevidade de luxo — aquela que vem com mais tempo. Mas não um tempo qualquer, e sim aquele saudável, produtivo, com muita energia.
No entanto, surge uma certa tensão no maravilhoso mundo da vida longa saudável. Quanto mais a longevidade avança como mercado e cultura, mais ela corre o risco de se tornar um privilégio. “Envelhecer bem” virou um marcador social. Quem tem acesso a prevenção, tempo e cuidados chega melhor aos 60, 70, 80 anos. Quem não tem, enfrenta o oposto.
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